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A banalização da mentira como uma das perversões da sociedade contemporânea e sua internalização como destrutividade psíquica

Trivialization of lies in contemporary society and their internalization as psychic destruction

Na contemporaneidade, a mentira constitui um dos principais atributos das relações sociais, instituindo-se como valor eticamente perverso; manifesta-se como ideologia ou é expressa cinicamente como "mentira manifesta"; a lei é a da hipocrisia normatizada entre os sujeitos; revela-se sob as sutilezas enganosas e opressivas da burocracia, em certas justificativas cínicas de segredo ou de sigilo; destrói as manifestações do desejar, sentir, pensar e agir e esvazia o respeito à alteridade dos indivíduos; apresenta-se potencializada pela cumplicidade, mesmo que inconsciente, dos indivíduos, que a reproduzem em vínculos de farsa. O poder de difusão da mentira sustenta-se na banalização da malignidade que atravessa a vida dos homens. A mentira produz e difunde a atribuição de periculosidade a certos grupos e/ou nações - "os terroristas" - para justificar ações bélicas contra povos com fins prioritariamente econômicos.

Mentira; indústria cultural; banalização da malignidade; normatização social; destrutividade psíquica


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