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Transmissão do circovirus suíno 2 (PCV2) pelo sêmen e distribuição do vírus nos tecidos da leitegada

A circovirose suína é causada pelo circovirus suíno 2 (PCV-2). Dentre seis diferentes manifestações clínicas envolvendo sinais respiratórios, entéricos, nervosos e reprodutivos, a síndrome multissistêmica do definhamento do suíno (SMDS) é a doença mais importante e estudada. Todavia, relatos sobre falhas reprodutivas associadas ao PCV2 tem aumentado. Alguns estudos mostraram a possibilidade de contaminação das fêmeas pelo sêmen de machos positivos para PCV2. Com o objetivo de verificar a transmissão via sêmen de PCV2 e sua capacidade infecciosa para a fêmea e para a progênie, 20 fêmeas negativas para PCV2 foram inseminadas, 10 com sêmen de macho negativo e 10 com sêmen de macho positivo, testados previamente para PCV2 por um nested-PCR. As 20 fêmeas foram acompanhadas clinicamente e amostras de sangue foram coletadas. Baseado no resultado, quatro fêmeas das 20 foram selecionadas (uma fêmea PCR negativa inseminada com sêmen negativo, duas fêmeas PCR negativas inseminadas com sêmen positivo e uma fêmea PCR negativa inseminada com sêmen positivo, mas que soroconverteu ao redor dos 30 dias de gestação). Após o desmame, 12 leitões machos, três de cada fêmea, foram selecionados e mantidos em isolamento. Para verificar quais órgãos abrigam o PCV2, os suínos foram eutanasiados ao redor dos nove meses de idade. Amostras de sangue coletadas mensalmente foram testadas por imunocitoquímica (ICQ), e todos os 12 suínos soroconverteram. Amostras de órgãos linfóides, sistêmicos e reprodutivos foram avaliadas por nested-PCR e imunohistoquímica (IHQ). Ao avaliar as amostras por nested-PCR, vários tecidos foram positivos em 10 dos 12 suínos, sendo mais prevalentes linfonodos, medula óssea e baço. Ao avaliar as mesmas amostras por IHQ, várias foram positivas em 8 dos 12 animais, sendo as mais prevalentes: linfonodos, tonsila e glândula bulbouretral. No geral, os resultados obtidos nas diferentes amostras nos três testes (ICQ, nested-PCR e IHQ) foram complementares entre si. Assim, estes resultados evidenciam que a transmissão do PCV2 pelo sêmen para as fêmeas e para a leitegada pode ocorrer, e que essa transmissão pode representar um potencial risco de infecção para o rebanho.

Suínos; PCV2; sêmen; transmissão; imunohistoquímica; PCR


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