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Cultura corporativa e identidade: desinstitucionalização em empresa de telecomunicações brasileira

Neste artigo se propõe entender a cultura corporativa a partir de suas relações com a identidade individual. Com base em estudo etnográfico que se apóia não só em entrevistas em profundidade, mas também em dados biográficos dos líderes da empresa, este trabalho focaliza os mecanismos através do qual a cultura pode colaborar para a formação de imagem positiva do eu. Argumenta-se que embora as culturas corporativas visem criar integração e consenso de certos valores gerenciais, elas podem, paradoxalmente, provocar afastamento entre os empregados e a gerência, estimulando a divisão da organização em subculturas. Neste estudo sugere-se que cultura poder e identidade estão intimamente relacionados no sentido que cada uma destas relaçõesnecessariamente geram significados importantes uma para a outra. À medida que uma cultura corporativa reafirma os valores e ideologias que distinguem determinados grupos de outros, ela constroe as bases legítimas de sustentação dos primeiros. Contudo se uma cultura inspira valores conflitivos ou negativos à realização pessoal e profissional dos membros da organização, ou de certos grupos especificamente, ela cria condições para que surjam articulações organizadas de oposição aos valores e aos grupos que a sustentam.

cultura corporativa; institucionalização; identidade


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