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Editorial

EDITORIAL

Prezados leitores,

O Primeiro artigo desta edição trata de um tema que vem ocupando espaço crescente na mídia e na academia, a logística. O Artigo de Kleber Figueiredo, Ilana Kogan Goldsmid, Rebecca Arkader e Maria Fernanda Hijjar tem como título: Segmentação Logística: um Estudo na Relação entre Fornecedores e Varejistas no Brasil.

A partir de um contexto contemporâneo da logística no Brasil os autores analisam a 'segmentação logística' como ferramenta capaz de trazer ajuda para os fornecedores diferenciarem sua oferta, focando os atributos de serviço desejados pelos clientes e reduzindo custos. O estudo busca identificar segmentos varejistas de acordo com suas expectativas em relação ao nível de serviço logístico prestado por seus fornecedores para, a seguir, caracterizar os segmentos assim obtidos por meio de variáveis de fácil acesso.

Enquanto o primeiro artigo estuda o mercado, o segundo artigo deste número da RAC estuda a própria academia brasileira de administração. O texto denomina-se Persistência e Mudança de Temas na Estruturação do Campo Científico da Estratégia em Organizações no Brasil. Aqui, os autores Clóvis L. Machado-da-Silva e Luciano Rossoni procuram verificar como o nível de coesão estrutural dos pesquisadores da área de estratégia no País condiciona a construção do conhecimento científico nesse campo social. Para tanto os autores conduziram uma análise de agrupamentos em 2.332 artigos publicados em periódicos e anais de congressos científicos brasileiros entre os anos de 1997 e 2005. Clóvis e Luciano apontam que o crescimento significativo do número de trabalhos no campo da estratégia foi condicionado, em termos de temas, pelos agrupamentos que se formaram em momentos anteriores, observando ainda um alto grau de homogeneidade dentro dos agrupamentos, apesar da heterogeneidade dos temas de pesquisa.

No artigo seguinte Afrânio C. Aguiar também foca no comportamento de pesquisadores. Este artigo tem como título: Percepções de Pesquisadores sobre Atividades Cooperativas de P&D: uma Análise com Base na Teoria Institucional. Afrânio busca aqui captar as percepções de pesquisadores experientes em trabalhos cooperativos de Minas Gerais, quanto à motivação para parcerias em P&D (i); dinâmica e estabilidade de alianças (ii) e consecução de objetivos fixados para as atividades compartilhadas (iii). O autor trabalhou com uma survey respondida por 305 pesquisadores, de um público-alvo de 673 cientistas. O autor conclui pela existência de indicações de que o mecanismo de redes cooperativas, para o desenvolvimento das atividades de P&D, se encontra em fase de pré-institucionalização no País.

No quarto texto desta edição José Ednilson de Oliveira Cabral analisa os Determinantes da Propensão para Inovar e da Intensidade Inovativa em Empresas da Indústria de Alimentos do Brasil. Este artigo tem como objetivo identificar as variáveis organizacionais que determinam a probabilidade e intensidade da ocorrência de inovações. A partir da analise de recursos e competências como determinantes da Geração e adoção de inovações o autor define uma estrutura conceitual para a identificação de variáveis determinantes do processo e daquelas que estão associadas à maior intensidade inovativa. Nos testes dos modelos foram utilizados os dados de uma amostra de 248 empresas.

O quinto e o sexto artigo tratam de questões relacionadas ao campo do Marketing. Stefânia Ordovás de Almeida e Walter Meucci Nique discutem o Encantamento do Cliente: Proposição de uma Escala para Mensuração do Constructo enquanto Deonir De Toni e Maria Schuler nos apresentam Gestão da Imagem: Desenvolvendo um Instrumento para a Configuração da Imagem de Produto.

Para Stefânia e Walter, apesar do grande número de publicações sobre satisfação do cliente, o entendimento do que ocorre com ele " quando experiencia um sentimento que vai além da satisfação na avaliação pós-consumo, ainda é incipiente" . Os autores discutem questões relativas ao estado emocional decorrente destas experiências e a carência de abordagens sobre o tema com o objetivo de propor e testar uma escala que meça o encantamento do cliente na avaliação pós-consumo. Deonir e Maria, por sua vez, discutem como a imagem que o consumidor tem de um produto influencia sua decisão de compra. Para os autores é por meio dessa imagem que o consumidor vai pensar no produto durante seu processo de decisão. Com base nessa percepção, o artigo busca validar um dos procedimentos visando à geração de um instrumento para configurar a imagem de produtos (TCIP Técnica de Configuração da Imagem de Produtos).

O antepenúltimo artigo desse número também está centrado na questão da imagem. O trabalho intitulado A Imagem do Trabalho: um Estudo Qualitativo Usando Fotografia em Grupos Focais, de autoria de Sônia Maria Guedes Gondim, Girleide Novaes Feitosa e Marina Chaves tem como objetivo usar " fotos como modelo para analisar a imagem atual do trabalho" . Na pesquisa 50 participantes foram divididos em grupos focais com distintas atuações no mercado de trabalho. Foram usadas fotos coloridas e fotos preto e branco de pessoas em situação de trabalho para serem escolhidas pelos participantes. Os registros foram investigados pelas autoras por técnicas de análise de conteúdo temático, identificando três categorias ou temas de respostas e concluindo que a imagem do trabalho está associada a discussões de macrocontexto e de atributos do trabalhador, independentemente do grupo.

O penúltimo texto da edição chama-se Tecnologias de Informação Móveis, Sem Fio e Ubíquas: Definições, Estado-da-Arte e Oportunidades de Pesquisa e tem como autores Amarolinda Zanela Saccol e Nicolau Reinhard.

Para os autores as " Tecnologias de Informação Móveis, Sem Fio e Ubíquas figuram entre os principais temas atualmente discutidos na área de Sistemas de Informação, tanto no meio empresarial quanto no meio acadêmico" , fazendo surgir importantes questões relativas à sua criação e utilização. Por outro lado, este processo traz também certa confusão conceitual em torno de termos como: Tecnologias Móveis (Mobile), Tecnologias Sem Fio (wireless), Tecnologias Ubíquas, Comércio Móvel (m-commerce) e Negócios Móveis (m-business). Diante desse contexto, Amarolinda e Nicolau mapeiam o estado-da-arte da pesquisa sobre essas tecnologias, identificando lacunas de conhecimento e indicando oportunidades de pesquisa.

Por fim Betty Lilian Chan, Fabiana Lopes da Silva e Gilberto de Andrade Martins apresentam o artigo denominado Destinação de Riqueza aos Acionistas e aos Empregados: Comparação entre Empresas Estatais e Privadas.

Para Betty, Fabiana e Gilberto muitos estudos, motivados pela suposta ineficiência das entidades estatais, foram realizados com o objetivo de investigar o efeito da natureza do controle acionário sobre o desempenho das firmas; " mas poucos abordaram o efeito desta variável na contribuição da empresa à sociedade" . Partindo da premissa de que empresas que compõem um mesmo setor estão expostas a influências externas semelhantes, o artigo testa a hipótese de que a estrutura de distribuição de renda aos empregados e acionistas das empresas do setor de serviços públicos pode diferir em função da influência do controle acionário. Além disso, os autores buscaram considerar o efeito do porte das empresas. Os resultados dos testes efetuados sugerem que as entidades privadas destinaram menor parcela da riqueza gerada aos empregados que as estatais, embora não tenham sido encontrados indícios de que remunerem mais os acionistas.

A seção de Casos de Ensino traz o trabalho intitulado RM Sistemas - as dores do crescimento de autoria de Warney Soares, Rachel Matos Dornelas, Liliane de Oliveira Guimarães e Denise de Castro Pereira. O caso descreve o processo de criação e desenvolvimento de uma das maiores empresas de software nacional e tem por objetivo discutir as estratégias que determinaram seu posicionamento no mercado e o processo empreendedor.

A Seção de Resenhas Bibliográficas traz a resenha Blunders in International Business de David A. Ricks, por Antonio Carlos Aidar Sauaia.

Por fim a seção de notas bibliográficas apresenta SUSTENTABILIDADE: Caminho ou Utopia? De Cintia Maria Afonso por Tania M Mezzomo Keinert e SISTEMA FINANCEIRO uma análise do setor bancário brasileiro de Luiz Fernando Rodrigues de Paula e José Luís Oreiro, por Ricardo Vasconcelos Borges Soveral Torres.

Aos autores e colaboradores o nosso agradecimento e a todos

... UMA BOA LEITURA!

Rogério H. Quintella

Editor Geral

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Fev 2008
  • Data do Fascículo
    Dez 2007
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