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Pneumatose intestinal

IMAGEM EM MEDICINA

Pneumatose intestinal

Jarbas Faraco Maldonado LoureiroI; Paulo Alberto Falco Pires CorrêaI; Marcelo AverbachI; Giulio F. RossiniI; José Luiz PaccosI; Rafael Torres Melo CavalcanteII; Elias Jirjoss IliasIII

IMédicos colonoscopistas do Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP

IIResidente do Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP

IIIProfessor Convidado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP

Paciente do sexo feminino, 51 anos, submetida à colonoscopia em outubro de 2008, com diagnóstico de colite segmentar do ângulo esplênico e pólipo do cólon descendente. O exame histopatológico revelou, respectivamente, colite crônica da flexura esplênica e adenoma tubular com displasia de baixo grau de cólon descendente. Iniciou uso de mesalazina e foi solicitada nova colonoscopia em junho de 2009 para avaliação do processo inflamatório do ângulo esplênico, que revelou a presença de inúmeras lesões subepiteliais, localizadas no ângulo esplênico e cólon descendente, preenchidas por ar e entremeadas por áreas de aspecto endoscópico normal, sugestivas de pneumatose intestinal.

Pneumatose intestinal constitui-se pela presença de gás no interior da parede intestinal. Sua incidência é desconhecida, pois a maioria dos pacientes apresenta-se sem sintomas clínicos. Pode ser encontrada tanto em crianças quanto em adultos, porém a maioria dos casos em crianças é secundário à enterocolite necrotizante, doença que se apresenta com alta mortalidade. A patogênese não é claramente conhecida, no entanto, o caráter multifatorial é sugerido, incluindo causas mecânicas, infecciosas e auto-imune1. O diagnóstico pode ser estabelecido por meio de exames de imagem como, radiografia simples, estudo contrastado, ultrassonagrafia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e colonoscopia. Em relação às complicações, essas ocorrem em aproximadamente 3% dos pacientes, incluindo obstrução intestinal, vólvulo, intussuscepção, perfuração e hemorragia. Por fim, em pacientes assintomáticos, o tratamento conservador deve ser instituído, por outro lado, nos casos de perfuração intestinal, isquemia do segmento cólico comprometido e obstrução intestinal, o tratamento cirúrgico deve ser ponderado.

  • 1. Dovrish Z, Arnson Y, Amital H, Zissin R. Pneumatosis intestinalis presenting in autoimmune diseases: a report of three patients. Ann N Y Acad Sci. 2009;1173:199-202.
  • 2. Portolani N, Baiocchi GL, Gadaldi S, Fisogni S, Villanacci V. Dysplasia in perforated ntestinal pneumatosis complicating a previous jejuno-ileal bypass: a cautionary note. World J Gastroenterol. 2009;15:4189-92.
  • 3. Khalil PN, Huber-Wagner S, Ladurner R, Kleespies A, Siebeck M, Mutschler W, et al. Natural history, clinical pattern, and surgical considerations of pneumatosis intestinalis. Eur J Med Res. 2009;14:231-9.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Maio 2010
  • Data do Fascículo
    2010
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