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Cistatina C, função renal e fatores de risco cardiovascular na hipertensão primária

OBJETIVO: Investigar a utilidade clínica da cistatina C sérica (Scys) e da equação baseada na cistatina C na triagem da doença renal crônica em pacientes com hipertensão primária e correlacionar esses marcadores com fatores de risco para doença cardiovascular. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 199 adultos de meia-idade em uma unidade básica de saúde. A avaliação da função renal incluiu medidas dos níveis séricos da creatinina (Scr) e Scys, microalbuminúria de 24 h (MA), bem como da taxa de filtração glomerular (TFG) por meio das equações de Larsson e do estudo MDRD. Foi utilizada a análise Bland-Altman plot para calcular a concordância entre as equações. RESULTADOS: Foram encontrados níveis elevados de Scys em 22% dos pacientes, mesmo com valores normais da TFG estimada pela equação do estudo MDRD. A pressão sistólica e a MA correlacionaram-se melhor com a Scys do que com a Scr, mas não houve correlação entre Scys e pressão diastólica. Gênero, idade maior que 60 anos, MA e ácido úrico foram significantemente associados com valores elevados de Scys. Após análise multivariada, apenas idade maior que 60 anos (RR = 6.4; p < 0.001) e gênero masculino (RR = 3.0; p = 0.006) permaneceram associados a níveis aumentados de Scys. CONCLUSÃO: A cistatina C pode ser utilizada como um marcador de triagem tanto para detectar leves declínios da função renal como para prevenir o risco de eventos cardiovasculares em sujeitos hipertensos com função renal presumivelmente normal.

Hipertensão primária; Doença renal crônica; Risco cardiovascular; Ritmo de filtração glomerular; Atenção primária; Cistatina C


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