Resumo
Objetivo:
avaliação da presença de sintomas e adequabilidade do tratamento nos pacientes internados nas enfermarias clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC). Verificação dos pacientes elegíveis para cuidados paliativos (CP).
Método:
estudo de coorte prospectivo que avaliou pacientes nas primeiras 48 horas da internação (D1) e após 48 horas (D2). No D1, foram aplicadas escalas de performance paliativa e de avaliação dos sintomas (PPS/ESAS). Também verificou-se o tratamento estabelecido para o controle dos sintomas detectados. No D2, a ESAS foi reaplicada, sendo revisada a prescrição médica. Quando constatada a presença de sintomas graves, o médico assistente foi informado. Foram elegíveis para a priorização de CP os pacientes que apresentaram PPS≤60. Para a análise estatística, foram utilizados os testes T de Student e χ2.
Resultados:
foram estudados 168 pacientes, dos quais 26,8% tinham uma PPS≤60. CP foram descritos em um prontuário. Os doentes com sintomas leves referiram piora significante na segunda avaliação, destacando-se piora da dor (32,3%) e do bem-estar (49,3%). Os sintomas considerados graves apresentaram melhora significante. Não houve controle da dor relatada como moderada. As prescrições para o controle da dor eram predominantemente “se necessário”, prevalecendo o uso de analgésicos não opioides e opioides fracos. O médico assistente foi informado sobre 116 (69%) pacientes com ESAS≥4.
Conclusão:
o controle dos sintomas, principalmente os leves, foi insatisfatório. A prescrição médica foi inadequada para o controle da dor e inexistente para alguns sintomas referidos. Não houve priorização adequada dos CP. Há necessidade de otimização e divulgação dos CP entre profissionais da saúde.
Palavras-chave
cuidados paliativos; avaliação de sintomas; escalas; dor