RESUMO
INTRODUÇÃO
Devido à espongiofibrose e processos inflamatórios subjacentes à patogênese da estenose uretral, pode-se pensar que a relação de linfócitos neutrofílicos (NLR) pode fornecer informações essenciais sobre o curso da doença e as possibilidades de recorrência. O objetivo do nosso estudo é avaliar a correlação entre NLR e taxas de recorrência.
MÉTODOS
Quinhentos e doze pacientes submetidos à uretrotomia interna visual direta (DVIU) devido à estenose uretral em nossa clínica entre as datas de fevereiro de 2010 e janeiro de 2018 foram avaliados retrospectivamente.
RESULTADOS
A mediana de acompanhamento para os grupos não recorrentes e recorrentes após a DVIU foi de 30 e 36 meses, respectivamente. Durante o seguimento, 280 (54,7%) dos pacientes tiveram recidivas e 232 (45,3%) não tiveram recidivas. O tempo médio de recorrência após a DVIU foi de 6,5±1,4 mês, com variação de 1-36 meses. A média da RNL no grupo sem recorrência foi de 2,02±0,87 com mediana de 1,9 e 3,66±2,30 com mediana de 3 no grupo com recidiva. Uma diferença estatística altamente significativa foi observada entre dois grupos em termos de contagem de neutrófilos e NLR (p: 0,000 - ambos). A área sob o valor da curva para NLR foi de 0,767 com um erro padrão de 0,021 (IC 95% 0,727-0,808). Valor de corte de NLR determinado como 2,25 com uma sensibilidade de 70%, especificidade de 67,7%.
CONCLUSÃO
Ao utilizar a RNL, as características inflamatórias do tecido uretral podem ser previstas e possíveis recidivas após a cirurgia podem ser estimadas. Dessa forma, técnicas de uretroplastia aberta podem ser usadas em casos com valor significativo de NLR em vez de procedimento endoscópico recorrente.
Inflamação; Uretra/cirurgia; Recidiva; Estreitamento uretral; Procedimentos cirúrgicos urológicos masculinos