RESUMO
INTRODUÇÃO
As disparidades estruturais entre diferentes regiões brasileiras no sistema de saúde pública fazem com que os pacientes migrem em busca de melhores condições para tratar suas doenças. Além do desconforto do paciente, há uma concentração de cuidados em grandes centros, causando sobrecarga da capacidade atual.
OBJETIVO
Avaliar o fluxo migratório e fatores associados em um serviço de referência em oncologia.
MÉTODOS
Estudo transversal realizado em um serviço de oncologia de referência na região do Grande ABC, em São Paulo. Os pacientes foram entrevistados e dados clínicos e demográficos coletados.
RESULTADOS
Entre março e julho de 2016 foram incluídos 217 pacientes. A análise mostrou uma divergência entre o código de endereçamento postal registrado no prontuário médico e o registrado durante a entrevista em aproximadamente 10% dos casos. Desses, 42,9% eram residentes de outros estados. A busca de tratamento motivou a maioria dos pacientes a buscar serviços fora de sua cidade.
CONCLUSÃO
Os resultados refletem a busca informal de cuidados médicos fora da área de residência. Além do impacto direto na qualidade de vida dos pacientes, o fluxo migratório tem um impacto econômico-social porque esses pacientes colocam um fardo e impõem custos aos serviços das cidades onde não executam suas responsabilidades como cidadãos. A confirmação da existência de um fluxo migratório significativo demonstra a necessidade de discutir a reestruturação das políticas de saúde pública.
Migração humana; Neoplasias; Acesso aos serviços de saúde; Política de saúde