RESUMO
INTRODUÇÃO:
Foi realizada uma análise de custo-efetividade da radioterapia com intensidade modulada de feixe (IMRT) comparada com a radioterapia conformada para pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
MÉTODOS:
Foi elaborado um modelo de Markov para comparar os custos médicos diretos e os desfechos de saúde relacionados à qualidade de vida do paciente pós-intervenção radioterápica sofrendo de xerostomia e disfagia. Com essa finalidade, foram usados os dados do estudo PARSPORT e parâmetros de qualidade de vida. Os resultados comparativos das estratégias alternativas de tratamento foram medidos pela razão de custo-efetividade incremental (RCEI). O desfecho analisado foi o de anos de vida ajustados à qualidade (QALY).
RESULTADOS:
Em um horizonte de tempo de dois anos, a IMRT foi associada com um benefício incremental de ganho de 0,16 QALYs por indivíduo, resultando em um RCEI de R$ 31.579 por QALY ganhado. A IMRT foi custo-efetivo, adotando-se o limite máximo de disposição a pagar, proposto pela OMS, de três vezes o PIB per capita nacional, equivalente a R$ 72.195. No horizonte de tempo de 15 anos, o benefício incremental de ganho foi de 1,16 QALYs por indivíduo, com um RCEI de R$ 4.341. A IMRT foi custo-efetivo, adotando-se o limite de disposição a pagar, proposto pela OMS, de uma vez o PIB per capita nacional, equivalente a R$ 24.065.
CONCLUSÃO:
A IMRT foi considerada um tratamento custo-efetivo na perspectiva do SUS.
PALAVRAS-CHAVE:
Neoplasias de cabeça e pescoço; Radioterapia de intensidade modulada; Radioterapia conformada; Custo-efetividade