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Comportamento sexual de risco entre estudantes universitárias dos cursos de ciências da saúde

Risky sexual behavior among university students in health science courses

OBJETIVO: Avaliar o comportamento sexual de estudantes do sexo feminino do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná e do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Cascavel. MÉTODOS: Participaram todas as estudantes matriculadas nos referidos setores, no mês de junho de 2001, com idade entre 18 e 24 anos completos, sendo que a amostra final foi constituída por 572 estudantes em Curitiba e 395 em Cascavel. Foram avaliados a idade, relacionamento familiar, religiosidade, participação em aulas de educação sexual, idade de início de atividade sexual, uso de métodos anticoncepcionais e preservativos, e número de parceiros para avaliar a conduta sexual. Sexo seguro foi definido pelo uso de preservativo em todas ou na maioria das relações sexuais pelas estudantes monogâmicas, incluindo as estudantes poligâmicas com uso de preservativo em todas as relações sexuais. Sexo inseguro foi definido pelo uso ocasional de preservativo pelas estudantes monogâmicas, e pelo não uso sistemático entre as estudantes poligâmicas. O instrumento de coleta de dados foi um questionário auto-respondido. A análise dos dados foi feita no SPSS, utilizando o teste do Qui-quadrado de Pearson e Yates, teste do p de Wilcoxon-Gehan, análise bivariada e regressão logística. RESULTADOS: Não houve diferença significativa na conduta sexual de risco entre as estudantes e a cidade de estudo. Cerca de 50% das estudantes de 18 a 20 anos e 70% das de 21 a 24 anos tinham vida sexual ativa. A abstinência esteve associada a menor idade, maior freqüência a culto religioso e ao bom relacionamento das estudantes com os pais. A prática de sexo seguro esteve diretamente associada a menor idade e a morar fora da residência da família. Ter participado de aulas de educação sexual esteve associada a maior abstinência, mas não a sexo seguro, e a relação não se manteve na análise multivariada. CONCLUSÃO: Relacionamento familiar saudável e religiosidade estão associados à conduta de sexo seguro. É relevante a percentagem de estudantes que ainda têm uma conduta de sexo inseguro, mostrando que ser universitária e freqüentar cursos de ciências da saúde não são garantia de comportamento sexual seguro.

Comportamento sexual; Abstinência sexual; Sexo seguro


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