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Uso da talidomida por tempo prolongado no tratamento das lesões cutâneas refratárias do lúpus eritematoso sistêmico

OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso prolongado de talidomida no tratamento das lesões cutâneas do lúpus eritematoso sistêmico (LES) refratárias ao tratamento convencional. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados 18 pacientes (16 mulheres) com LES (critério do ACR) com lesões cutâneas ativas não-responsivas ao uso de cloroquina, fotoprotetores e prednisona em doses baixas, que haviam apresentado boa resposta ao uso de talidomida, mas tiveram reativação das lesões após sua suspensão. Todas as pacientes femininas não tinham nenhum risco de gravidez. Talidomida foi reintroduzida e mantida em doses baixas (25-100mg/dia) por no mínimo seis meses. RESULTADOS: Dezoito pacientes (16 mulheres), com média de idade de 34,2 anos, receberam talidomida por 6 a 21 meses, com média de 8,5 meses. A dose média de prednisona, no início do estudo, foi de 38,3mg/dia e, no final, de 9,7 mg/dia (p<0,05). Remissão completa das lesões cutâneas foram observadas em 13 pacientes (72%) e remissão parcial em cinco (28%). Os efeitos colaterais observados foram: sonolência em oito, obstipação intestinal em cinco, oligúria transitória em um, parestesia em mãos com eletromiografia normal em um. Todos os efeitos colaterais desapareceram com redução da dose de talidomida e nenhum paciente necessitou suspender seu uso devido aos efeitos colaterais. CONCLUSÃO: A talidomida é uma boa alternativa terapêutica para pacientes com LES com lesões cutâneas refratárias ao tratamento convencional, e que não tenham nenhum risco de gravidez.

Talidomida; Lúpus eritematoso sistêmico; Lesões cutâneas; Tratamento


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