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Eleição na Organização Mundial da Saúde: quem vencerá?

Panorama Internacional

Saúde Pública

ELEIÇÃO NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE: QUEM VENCERÁ?

A famosa revista semanal The Lancet, fundada em 1823, nos seus números 9336, 9338 e 9340 dá destaque à próxima eleição para Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS). É considerado como surpreendente o anúncio feito pela atual diretora, Gro Harlem Brumdtland, médica e ex-primeira-ministra da Noruega, eleita em 1998, ao alegar que por motivos de ordem pessoal não aceitaria assumir um novo mandato. Os autores abordam distintos aspectos referentes a essa agência das Nações Unidas e cogitam nomes para o próximo mandato, cuja eleição secreta será realizada em janeiro de 2003. O mandato da OMS prevê: construir programas mundiais de saúde (erradicar doenças, promover a saúde da mãe e da criança; a saúde mental, e melhorar a saúde ambiental, contemplando, nutrição, habitação e saneamento); criar fontes de informação (providenciar dados epidemiológicos, promover pesquisas sobre saúde e seus sistemas, e aprimoramento do ensino e treinamento de profissionais de saúde); estabelecer padrões (propor regulamentos internacionais, estabelecer nomenclaturas para as doenças, causas de óbito e práticas de saúde pública e padronizar procedimentos diagnósticos, biológicos, farmacêuticos e de alimentos); fortalecer os serviços de saúde e providenciar ajuda e assistência técnica em nível de país; e defensoria dos direitos (advocacy). No que tange aos "candidatos" para a próxima eleição, vários nomes estão cogitados, a saber: Pascoal Mocumbi, primeiro-ministro de Moçambique; George Alleyne, diretor atual da Oficina Pan-Americana de Saúde, que, em fevereiro de 2003, será substituído pela argentina Mirta Roses Periago; David Heymann, estado-unidense, membro do presente staff da OMS; Julio Frenk, ministro da Saúde do México; e Peter Piot, belga, diretor-executivo do UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV e Aids), entre outros. A eleição de um europeu ou asiático é considerada como pouco provável tendo em consideração que a atual norueguesa substituiu um japonês, Hiroshi Nakajima. Os 32 países eleitores (incluindo o Brasil) são os membros do Corpo Executivo da OMS, presidido por Kyan Myint, Ministro da Saúde de Burma.

Comentário

É interessante notar o fórum de discussão aberto pela Lancet para discutir a eleição em epígrafe. A revista lançou, inclusivamente, uma sessão no seu "site" para fornecer informações sobre a OMS e permitir aos usuários o envio de comentários. Brock Chisholm, canadense, primeiro diretor da OMS (1948 ¾ 1953) e Gro Brundtland não postularam para novos mandatos. Por outro lado, o brasileiro Marcolino Candau foi eleito para quatro mandatos consecutivos (1953¾1973). Halfan Mahlu, da Dinamarca e Hiroshi Nakajima, do Japão, exerceram três mandatos, (1973¾1988) e (1988¾1998), respectivamente. No seu artigo, Clare Kapp afirma que o Brasil já anunciou apoio à candidatura de Pascoal Mocumbi não ficando, portanto, claro se lançará a candidatura de José Serra. Teremos "zebra"? Ula!

EUCLIDES AYRES DE CASTILHO

Referências

1. Horton R. WHO leadership: a swift start but with few clear objectives. Lancet 2002; 360: 812-3.

2. Horton R. WHO's mandate: a damaging reinterpretation is taking place. Lancet 2002; 360: 960-1.

3. Kapp C. African candidate is early frontrunner but Executive Board may hold surprises. Lancet 2002; 360: 1113.

4. McCarthy M. What's going on at the World Health Organization. Lancet 2002; 360: 1108-12.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Jan 2003
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
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