OBJETIVO: O crescimento na prevalência da obesidade aumentou a freqüência de pressão elevada em crianças. O objetivo do presente trabalho é avaliar a relação da pressão arterial com a obesidade em escolares do município de Santos. MÉTODOS: Realizamos estudo transversal em duas etapas, sendo uma fase de triagem, envolvendo avaliação antropométrica e medida de pressão em 7.440 crianças (9,0 ± 1,1 anos, 3.891 ou 52% de meninas). Uma amostra de 1.713 indivíduos (9,7 ± 1,1 anos, 826 ou 48% de meninas) dentre os que, na triagem, apresentaram a pressão arterial em nível igual ou superior ao percentil 90 foi revisitada um ano mais tarde e novas medidas foram realizadas. Nas duas fases do estudo, consideramos pressão elevada os valores iguais ou maiores que o percentil 95 de pressão para o sexo e a estatura. RESULTADOS: Na triagem 1.123/7.440 (15%) crianças apresentaram pressão elevada; crianças obesas apresentaram pressão elevada mais freqüentemente (OR = 3,7 95% IC=3,2 a 4,3). Na segunda fase, 43/1.713 (2,7%) apresentaram pressão elevada e novamente a presença de obesidade conferiu maior risco para pressão elevada (OR=1,5 95% IC=1,2 a 1,8). Além disso, observamos aumento da PA sistólica de acordo com a massa corporal na totalidade dos intervalos de IMC estudados e não apenas após a instalação da obesidade. CONCLUSÃO: Nosso estudo reforça os dados que sugerem aumento no risco de pressão elevada em crianças obesas. Para a pressão sistólica, o incremento de pressão parece ser cumulativo de acordo com o aumento do IMC, mesmo em crianças não obesas.
Obesidade; Pressão arterial; Criança; Hipertensão