RESUMO
FUNDAMENTO
O Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional estabelece a realização de exames complementares de acordo com a atividade exercida pelo trabalhador e os riscos a ela inerentes. A Norma Regulamentadora n0 35, implantada recentemente, estabelece que trabalhadores que exercem funções em altura realizem o eletrocardiograma como um exame complementar de rotina.
OBJETIVO
Avaliar o padrão eletrocardiográfico dos trabalhadores em altura por meio da realização do ECG de repouso.
MÉTODOS
Estudo transversal, desenvolvido de maio de 2014 a janeiro de 2015 com trabalhadores masculinos que exercem funções em altura. Foram coletados dados clínicos e demográficos e, após, realizado o eletrocardiograma (ECG). Os trabalhadores incluídos eram vinculados a um serviço de medicina do trabalho da Serra Gaúcha, destinado à realização de avaliação médica e exames ocupacionais. Todos foram avaliados pela pesquisadora.
RESULTADOS
Participaram 561 trabalhadores em altura. A média de idade foi de 35,9±12,2 anos, e 176 (31%) apresentaram alterações eletrocardiográficas na análise dos ECG de repouso. Das alterações do ECG de repouso, 15,7% foram atribuídas a alterações da repolarização ventricular; 8% como bloqueios de condução e 5,8% como sobrecarga de ventrículo esquerdo. As variáveis demográficas não estavam associadas com alterações no traçado eletrocardiográfico.
CONCLUSÃO
Este estudo verificou que a prevalência de sobrecarga de ventrículo esquerdo e alteração da repolarização ventricular, nos trabalhadores em altura, é maior quando comparada a estudos populacionais brasileiros. A associação de fatores de risco e alterações eletrocardiográficas em indivíduos difere de populações específicas.
Eletrocardiografia; Saúde do trabalhador; Medicina do trabalho; Doenças cardiovasculares