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Revisitando os Clássicos da RAP

Revisiting RAP’s Classics

Resumos

Este artigo revisita uma investigação realizada pelo Programa de Estudos de Administração Brasileira (Abras) em 2002, sobre os Clássicos da Revista de Administração Pública (RAP). Originalmente divulgado no formato de CD-ROM, como parte dos eventos comemorativos dos 35 anos de publicação ininterrupta daquele periódico, o texto discorre sobre a metodologia daquela investigação e revela 10 trabalhos que podem ser considerados os clássicos da revista. O banco de dados gerado pela pesquisa analisou cerca de 4.500 artigos de 13 revistas acadêmicas, registrando 887 citações aos artigos publicados pela RAP (total: cerca de 1.440) ao longo dos primeiros 35 anos de sua existência.

Revista de Administração Pública - RAP; literatura brasileira sobre administração; título


This article revisits a research undertaken in 2002 by the Program of Studies on Brazilian Administration (Abras), about the classics of the Revista de Administração Pública (RAP). Originally published in a CD-ROM as part of the celebration of the 35th anniversary of that publication, the text discusses the method of the research and reveals 10 articles that can be considered RAP’s classics. The database generated by the research analyzed around 4,500 articles in 13 academic journals, registering 887 citations of articles published in RAP (in a total of 1,440) during the first 35 years of its existence.

Revista de Administração Pública - RAP; Brazilian literature on administration; title


ARTIGOS

Revisitando os Clássicos da RAP

Revisiting RAP’s Classics

Paulo Emílio Matos Martins

Professor titular e coordenador do Programa de Estudos em Administração Brasileira (Abras)na Ebape/FGV. Endereço: Praia de Botafogo, 190, sala 515 — CEP 22250-900, Rio de Janeiro, RJ Brasil. E-mail: paulo.martins@fgv.br

RESUMO

Este artigo revisita uma investigação realizada pelo Programa de Estudos de Administração Brasileira (Abras) em 2002, sobre os Clássicos da Revista de Administração Pública (RAP). Originalmente divulgado no formato de CD-ROM, como parte dos eventos comemorativos dos 35 anos de publicação ininterrupta daquele periódico, o texto discorre sobre a metodologia daquela investigação e revela 10 trabalhos que podem ser considerados os clássicos da revista. O banco de dados gerado pela pesquisa analisou cerca de 4.500 artigos de 13 revistas acadêmicas, registrando 887 citações aos artigos publicados pela RAP (total: cerca de 1.440) ao longo dos primeiros 35 anos de sua existência.

Palavras-chave:Revista de Administração Pública — RAP; literatura brasileira sobre administração; título.

ABSTRACT

This article revisits a research undertaken in 2002 by the Program of Studies on Brazilian Administration (Abras), about the classics of the Revista de Administração Pública (RAP). Originally published in a CD-ROM as part of the celebration of the 35th anniversary of that publication, the text discusses the method of the research and reveals 10 articles that can be considered RAP’s classics. The database generated by the research analyzed around 4,500 articles in 13 academic journals, registering 887 citations of articles published in RAP (in a total of 1,440) during the first 35 years of its existence.

Key words:Revista de Administração Pública — RAP; Brazilian literature on administration; title.

De março a dezembro de 2002, como parte da programação comemorativa dos 35 anos da Revista de Administração Pública (RAP), o Programa de Estudos de Administração Brasileira (Abras) realizou uma investigação, posteriormente divulgada no CD-ROM Clássicos da RAP (edição limitada a 300 unidades, não-comercial, distribuída gratuitamente entre bibliotecas e estudiosos de administração das cinco regiões geográficas do país e disponibilizada na biblioteca virtual daquele programa na internet1 1 Endereço eletrônico: < www.ebape.fgv.br/academico/asp/dsp_pe_admbrasil_bib_livros.asp>. ). Essa pesquisa teve por objetivo levantar os artigos daquele conceituado periódico que podem ser considerados os clássicos da revista.

Não é simples a tarefa de definição do que é uma obra clássica em qualquer forma de expressão da criatividade humana. O Dicionário Aurélio (Ferreira, s.d.) assim conceitua esse verbete:

Clássico: [Do lat. classicu]. Adj. 1. Relativo à arte, à literatura ou à cultura dos antigos gregos e romanos. 2. Que segue, em matéria de artes, letras, cultura, o padrão desses povos. 3. Da mais alta qualidade; modelar, exemplar: (...) 4. Cujo valor foi posto à prova do tempo; tradicional; antigo: (...) 5. Que segue os cânones preestabelecidos; acorde com eles. 6. Sem excessosde ornamentação; simples, sóbrio: (...) 7. Famoso por se repetir ao longo do tempo; tradicional: (...) 8. Usado nas aulas ou classes: (...) 9. Costumeiro, costumado, habitual: (...) 10. Diz-se da obra ou autor que, pela originalidade, pureza de língua e forma perfeita, se tornou modelo digno de imitação: (...) 11. Autorizado ou abonado pelos autores clássicos: (...) 12. Bras. Desus. Diz-se do curso de nível médio em três anos, no qual predomina o ensino de línguas, de filosofia, etc. (...) S. m. 13. Escritor da Antiguidade (grega ou latina). 14. Escritor, artista ou obra consagrada, de alta categoria. 15. Acontecimento famoso por sua repetição em épocas consecutivas: (...) 16. Fut. Partida disputada entre dois times famosos. 17. Turfe. Grande prêmio ou páreo especial. 18. Bras. Desus. Curso clássico (...).

Excluídas as definições que não se aplicam a obras literárias, ficamos com as idéias de números 3, 4, 7, 10, 14 e 15, que evocam os sentidos de:

obra da mais alta qualidade;

trabalho cujo valor foi posto à prova do tempo e que adquire o caráter de atemporal;

obra original, modelo digno de imitação;

trabalho consagrado, de alta categoria;

repetido em épocas consecutivas.

Ora, qualquer uma dessas idéias sugere o reconhecimento que a obra clássica adquire ao longo do tempo e sua freqüente lembrança e citação. Foram precisamente esses os critérios adotados na procura/eleição dos clássicos da Revista de Administração Pública.

Essa procura foi realizada entre os artigos mais referidos em trabalhos publicados nos periódicos acadêmicos brasileiros com linha editorial centrada em administração pública e teoria administrativa (a mesma temática daquela revista), avaliados com os conceitos A ou B na classificação de periódicos Qualis da Capes, área de administração/turismo, edição de 2002.

A opção pela não-inclusão de revistas internacionais, editadas em outras línguas que não a vernácula, não se deveu a qualquer xenofobia ou forma de preconceito, mas, apenas, à reduzida probabilidade de ocorrência de citações nessas revistas de trabalhos escritos na língua que Bilac (1977:268) cantou como a "última flor do Lácio, / inculta e bela, / [mas] a um tempo, esplendor e sepultura (...)".

À relação de publicações (universo acima definido), foram incluídas a Revista de Administração Municipal (RAM), editada pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Rio de Janeiro, Política e Administração, publicada pela Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), também do Rio de Janeiro, e a então recém-lançada Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, editada conjuntamente pelo Instituto para o Desenvolvimento da Gestão Empresarial (Indeg), de Portugal, e a Fundação Getulio Vargas (FGV), do Brasil. As três ainda não haviam sido classificadas pela Qualis à época da investigação, mas são reconhecidas como de excelência e com linha editorial semelhante à da RAP, sendo a primeira a publicação latino-americana sobre administração local de maior abrangência territorial; a segunda, com foco em temas da administração pública da esfera estadual de governo; e a terceira, ainda no seu número inaugural quando da conclusão dessa investigação, representa importante esforço de difusão de pesquisas e ensaios sobre administração, produzidos nos países de cultura lusófona e, assim, a única publicação da amostra editada binacionalmente para os países que se expressam no sexto idioma mais falado no planeta — o português.

Por outro lado, a decisão de inclusão desses três importantes periódicos se justifica, ainda, tendo em vista que a classificação da Capes se encontrava em fase embrionária de construção quando da conclusão da pesquisa de procura dos Clássicos da RAP. A seguir são apresentados, em ordem alfabética, os 13 periódicos integrantes da amostra investigada.

Cadernos de Administração. Editado anualmente pela Faculdade de Economia e Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo desde 1997, não tendo sido publicado nos anos de 1999 e 2002. Este periódico contribuiu para a pesquisa com quatro números, 35 artigos e seis citações à RAP.

Estudos Avançados em Administração. Editado pelo PPGA do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba desde 1993. Recente publicação que, junto com sua similar baiana, representou a produção acadêmica do Nordeste brasileiro no universo pesquisado. Foram editados 20 números até a data de conclusão da investigação, contendo cerca de 140 artigos com cinco citações à RAP nos exemplares pesquisados. Infelizmente, e apesar dos esforços encetados, não foi possível localizar oito números deste periódico (nos 1 e 2; v. 1, 2, 5 e 6). Foram 84 textos o total de artigos analisados deste periódico.

Organização e Sociedade. Publicada pela Universidade Federal da Bahia a partir de 1993. Inicialmente com periodicidade semestral e, a partir de 1996, quadrimestral, a revista baiana contribuiu para esta investigação com 23 números e cerca de 160 artigos com 46 citações de textos da RAP.

Organizações Rurais e Agroindustriais. Periódico do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras, cuja divulgação iniciou-se em 1999. Esta jovem revista, que se anuncia de periodicidade anual, divulgou apenas três números, 17 artigos e seis citações aos trabalhos da RAP.

Política e Administração. Publicação da Fundação Escola de Serviço Público do estado do Rio de Janeiro em circulação desde abril/junho de 1985. Este periódico divulgou 12 números, com periodicidade variável e descontinuada, participando da pesquisa com cerca de 90 textos e 10 citações a artigos da RAP.

Revista de Administração. Órgão de divulgação científica da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo — decana das revistas brasileiras de administração. Iniciou sua edição em março de 1947, com periodicidade irregular até 1977 e, a partir de então, trimestral. É destacável que essa revista, na luta pela sobrevivência — característica dos projetos culturais/educacionais em nosso país —, teve sua edição descontinuada por um período de 10 anos (1967–77), retornando, sem interrupção, a partir daí. Tendo publicado 133 números, a revista contribuiu para a pesquisa com 971 artigos nos últimos 35 anos e 50 citações aos trabalhos da RAP.

Revista de Administração Contemporânea. Com seu aparecimento em 1997, a revista da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (Anpad) mantém sua periodicidade quadrimestral, tendo publicado 19 números até novembro de 2002 e 108 artigos onde são feitas 20 citações à RAP.

Revista de Administração de Empresas (RAE). Nos seus 41 anos de existência, a RAE, editada pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp/FGV), divulgou 157 números e 1.256 trabalhos, contendo 93 citações aos textos publicados pela RAP. Inicialmente com periodicidade quadrimestral (1961/62), essa revista passou a trimestral (1963-73), tornando-se bimestral (1974-77) e retornando à periodicidade trimestral (1978-92). De novo bimestral no período 1992-95, à época de finalização da pesquisa mais uma vez passou a ser publicada trimestralmente, desde janeiro de 1996. É interessante ressaltar que essa dinâmica na periodicidade — verificada em quase todos as revistas científicas brasileiras — revela a constante batalha que seus editores têm de enfrentar para manter vivas suas publicações no quadro inconstante de financiamento das mesmas e no eterno desafio de conduzir projetos culturais e/ou educacionais em nossa sociedade.

Revista de Administração Mackenzie. Editada conjuntamente pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Editora Mackenzie, é a segunda mais nova revista de administração da amostra analisada. Iniciou sua publicação em 2000, com periodicidade anual, havendo divulgado até a data do fechamento da investigação apenas dois números e 14 artigos, sem qualquer citação aos trabalhos divulgados pela RAP.

Revista de Administração Municipal (RAM). Editada pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), esta publicação foi lançada em junho de 1954, sendo a segunda mais antiga revista de administração da amostra da pesquisa. Em sua quase cinqüentenária história (até a data da pesquisa), teve 234 números, com periodicidade variada: mensal (1954); bimestral (1955-77); trimestral (1979-95); semestral (1996/97). Interrompeu sua publicação em 1998, retornando com um único número no ano seguinte (1999). A partir de então e até a data de finalização da pesquisa, vem sendo divulgada bimestralmente. A contribuição da RAM para a investigação totaliza 951 artigos publicados no mesmo período de existência da RAP (desde 1967) e 35 citações aos trabalhos divulgados por esta última.

Revista de Administração Pública (RAP). Lançada no primeiro semestre de 1967, a revista da Escola Brasileira de Administração Pública (Ebap), hoje Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas, tema da pesquisa, começou sua divulgação semestralmente (1967-71), passando a trimestral (1972-95) e, finalmente, bimestral (1996 em diante). Além do mérito de manter, sem interrupção, sua publicação e do aumento de sua periodicidade, a RAP divulgou 144 números e cerca de 1.440 artigos, até a data de conclusão da investigação, contendo 608 citações aos seus próprios textos. Nos seus primeiros 35 anos de existência este periódico publicou alguns dos mais importantes trabalhos acadêmicos sobre administração pública e teoria das organizações produzidos em nosso país, realizando, deste modo, o vaticínio do apresentador de seu número inaugural, o presidente da FGV à época, Luiz Simões Lopes (1967:5-6):

Uma revista de administração pública de cunho verdadeiramente acadêmico, no melhor sentido da palavra, é conseqüência lógica do nível a que atingiram o ensino e o estudo sistemático da administração pública em nosso país. Pelo papel pioneiro que desempenha e continua a desempenhar, pelo que pode, ainda, realizar nesse campo e, sobretudo, por acreditar que os métodos e as técnicas administrativas podem constituir poderoso instrumento de mudança no processo de desenvolvimento nacional, a Fundação Getulio Vargas como que sente uma responsabilidade natural pelo lançamento desta revista.

Revista de Ciências da Administração. Também integrante do vigoroso grupo das jovens revistas brasileiras de administração, essa publicação do Departamento de Ciências da Administração da Universidade Federal de Santa Catarina iniciou sua circulação no segundo semestre de 1998, tendo mantido sua periodicidade semestral desde então e publicado oito números com 66 artigos e nove citações aos textos da RAP.

Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão. Mais recente publicação da série analisada, essa revista, editada conjuntamente pela Fundação Getulio Vargas (Brasil) e o Instituto para o Desenvolvimento da Gestão Empresarial (Portugal), havia apenas lançado seu primeiro número (abr./jun. 2002) quando do encerramento da pesquisa. Contendo sete artigos internacionais, essa publicação — de promissora proposta —, com edição conjunta nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa, não apresentou qualquer referência aos trabalhos da RAP.

O quadro 1 resume o universo bibliográfico dessa pesquisa.


Como já referido, considerando que a Revista de Administração Pública iniciou sua vida no primeiro semestre de 1967, só teria sentido analisar os periódicos divulgados nos últimos 35 anos da história das publicações integrantes da amostra acima. Este corte de pesquisa levou à procura dos Clássicos da RAP em cerca de 4.500 artigos, divulgados pelas 13 revistas mencionadas, daquela data até o encerramento da investigação, em dezembro de 2002.

Após a análise do conjunto de textos, foram encontradas 887 citações a trabalhos publicados pela RAP. Entre essas referências, 10 artigos, pelo critério definido a seguir, mereceram a distinção de serem considerados os Clássicos da RAP.

Esses artigos atendem simultaneamente aos seguintes requisitos:

têm mais de seis citações na literatura analisada, sendo 70% destas feitas por terceiros [não o(s) seu(s) próprio(s) autor(es)]. Admite-se, assim, a autocitação em, no máximo, 30% dos casos. Tal critério tem sentido se for considerado que o conjunto da obra de um autor apresenta elos entre suas unidades componentes, fato que sugere a inevitabilidade da autocitação na seqüência de criação da obra de um autor. Este argumento é corroborado pela teoria literária em importante corrente de críticos;

as citações acima mencionadas se estendem por um período maior do que seis anos. Com este requisito buscou-se evitar que os artigos muito lembrados em um curto período fossem selecionados, com prejuízo para aqueles que, pela maior amplitude do tempo de lembrança e citação, se destacam como autênticos clássicos.

Por outro lado, a definição de um período relativamente curto de citação (seis anos) buscou a não-exclusão do universo pesquisado de um número muito grande de artigos divulgados mais recentemente (1996 em diante).

O projeto Clássicos da RAP consumiu cerca de 1.300 horas de trabalho na análise das referências feitas aos artigos da RAP nos textos da série completa de 13 revistas integrantes da amostra. Nesta tarefa combinaram esforços, durante nove meses, 10 pesquisadores trabalhando em um project team e operando uma rede na geração do banco de dados da investigação.2 2 O grupo de investigadores foi coordenado pelo professor Paulo Emílio Matos Martins e contou com a participação dos seguintes pesquisadores do Abras: Carlos Henrique Berrini da Cunha, Cláudio José S. Pinheiro, David Izecksohn Neto, Delmo Meireles Júnior, Fabio Evangelho de Araújo, Falber Reis Freitas, Luciana Silva Torres, Marcelo Antonio Fadel Lobo e Vera Regina Affonso de Oliveira.

Referências básicas na pesquisa científica sobre o tema, diversos artigos divulgados pela RAP transformaram-se em textos obrigatórios no desenvolvimento de teses, dissertações e outros trabalhos acadêmicos, bem como na fundamentação teórica de projetos, relatórios e pareceres técnicos para os setores público e privado.

Os 10 artigos revelados pela investigação são listados a seguir, agrupados pelos assuntos abordados, e citados seus autores:

teorias administrativas — "A nova ignorância e o futuro da administração pública na América Latina" (Alberto Guerreiro Ramos); "Modelos de homem e teoria administrativa" (Alberto Guerreiro Ramos);

mudança/reforma administrativa — "Reflexões sobre estratégia de reforma administrativa: a experiência federal brasileira" (Kleber Nascimento); "Modernização em nova perspectiva: em busca do modelo da possibilidade (Alberto Guerreiro Ramos); "Reforma administrativa federal brasileira: passado e presente" (Beatriz M. de Souza Warlich); "Descentralização: uma alternativa de mudança" (Thereza Lobo); "A gerência na década de 90" (Bernardo Kliksberg);

participação política — "Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português?" (Anna Maria Campos);

administração para o desenvolvimento — "Administração para o desenvolvimento: a disciplina em busca da relevância" (Paulo Roberto Motta); "Um novo modelo de planejamento para uma nova estratégia de desenvolvimento" (Anna Maria Campos).

Como foi visto, uma das acepções do verbete clássico remete à idéia de uma obra cujo valor foi posto à prova do tempo. A seleção realizada pela investigação parece confirmar essa característica dos textos selecionados. De fato, é patente a correspondência entre os grandes desafios administrativos que o cenário brasileiro cobra dos governos e da gestão das empresas e a temática que aqueles desenvolvem. Se não houvesse outro, este já seria um forte motivo para recomendar a republicação, em forma de coletânea, dessas preciosidades de nossa literatura periódica sobre administração.

O quadro 2 apresenta os artigos selecionados, por ordem alfabética de seus autores, e as referências completas de suas citações.


O papel que a Ebape/FGV vem desempenhando ao longo de seus 55 anos de atuação nos cenários nacional e internacional, formando quadros profissionais para a direção de instituições e organizações públicas e privadas, assessorando governos e empresas e pesquisando e produzindo o conhecimento sobre a arte de governo/gestão tem encontrado na sua Revista de Administração Pública (RAP) um amplo canal de divulgação dessa produção científica, bem como da produção acadêmica brasileira em geral. Terceira mais antiga revista brasileira de administração, por suas páginas têm circulado algumas das mais lúcidas reflexões sobre o espaço organizacional e a artes da decisão e governo, entre as quais, certamente, os Clássicos ora revelados se incluem.

Por todas essas razões, não parece supérflua a recomendação para que, brevemente, possamos ter republicados esses e outros trabalhos, a serem revelados pela atualização desta investigação que contemple os, agora, 40 anos de publicação contínua desta preciosa revista.

Bibliografia

Série completa dos seguintes periódicos:

Cadernos de Administração, São Paulo: FEA/PUC-São Paulo, 1997.

Estudos Avançados de Administração, João Pessoa, PGA/UFPB, 1993.

Organização e Sociedade, Salvador: UFBA, 1993.

Organizações Rurais e Agroindustriais, Lavras, DAE/Ufla, 1999.

Política e Administração, Rio de Janeiro: Fesp/RJ, 1985.

Revista de Administração, São Paulo: FEA/USP, 1947.

Revista de Administração Contemporânea, Curitiba: Anpad, 1997.

Revista de Administração de Empresas, São Paulo: Eaesp/FGV, 1961.

Revista de Administração Mackenzie, São Paulo: UPM, 2000.

Revista de Administração Municipal, Rio de Janeiro: Ibam, 1954.

Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro: Ebape/FGV, 1967.

Revista de Ciências da Administração, Florianópolis: DCA/UFSC, 1998.

Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, Rio de Janeiro: FGV; Indeg: Lisboa, 2002.

  • BILAC, Olavo. Língua portuguesa. In: Poesia. 29. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977. p. 268.
  • FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário eletrônico Aurélio versão 2.0. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d.
  • LOPES, Luiz Simões. Apresentação. Revista de Administração Pública RAP, Rio de Janeiro: FGV, n. 1, v. 1, p. 5-6, 1. sem. 1967.
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    Endereço eletrônico: <
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    O grupo de investigadores foi coordenado pelo professor Paulo Emílio Matos Martins e contou com a participação dos seguintes pesquisadores do Abras: Carlos Henrique Berrini da Cunha, Cláudio José S. Pinheiro, David Izecksohn Neto, Delmo Meireles Júnior, Fabio Evangelho de Araújo, Falber Reis Freitas, Luciana Silva Torres, Marcelo Antonio Fadel Lobo e Vera Regina Affonso de Oliveira.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Nov 2007
    • Data do Fascículo
      2007
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