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Incentivos da reeleição e ciclo político-orçamentário: evidência do Brasil

Este artigo testa a presença de ciclo político-orçamentário (CPO) nas eleições municipais no Brasil e checa se prefeitos que adotam tal política têm maiores chances de reeleição. Baseado em dados eleitorais e fiscais de 5.406 municípios brasileiros e aplicando o método econométrico de diferença-em-diferenças e também regressões logísticas, os resultados fornecem alguma evidência de CPO no Brasil, apesar de sua magnitude e consistência variar dependendo dos anos utilizados como anos eleitorais e não eleitorais. Em média, prefeitos reelegíveis gastam em torno de 3% a mais em anos eleitorais em comparação a prefeitos não reelegíveis. Indo além, reelegíveis que de fato concorrem à reeleição apresentam uma variação no gasto que é quase 5% superior à variação dos não reelegíveis e não concorrentes. Adicionalmente, os resultados sugerem que prefeitos que aumentam os gastos em anos eleitorais têm maiores chances de reeleição, contanto que tal aumento seja feito dentro de limites de déficit aceitáveis pelos eleitores.

eleições e voto; gasto público local; Brasil


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