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Vegetação ciliar afetada pela erosão na margem do baixo São Francisco, Nordeste do Brasil

Mudanças no regime hidrológico no baixo curso do rio São Francisco, localizado na Região Nordeste do Brasil, trouxeram impactos negativos, como a ameaça à fauna e à flora em um dos 25 "hotspots" do mundo para a conservação da biodiversidade, em razão da construção de usinas hidroelétricas e retiradas de água para irrigação em perímetros de irrigação públicos e privados. Foram estudados remanescentes da vegetação ciliar associados com a desestabilização dos barrancos do rio, em seis fragmentos de mata, por meio de levantamento florístico e histórico de degradação dos ecossistemas. Foi também realizado o cálculo do Fator de Segurança (FS), objetivando compreender a estabilidade dos taludes, relacionando com textura do solo e cobertura vegetal. Foi identificado um número total de 51 famílias botânicas, distribuídas em 71 gêneros e 79 espécies, predominantemente das famílias Mimosaceae, Myrtaceae e Fabaceae. A fragmentada vegetação ciliar, predominantemente dominada por espécies secundárias, sofreu forte pressão antropogênica pelos desmatamentos, mineração e irrigação, sob um avançado processo erosivo nas suas margens. Se faz necessária a revegetação com espécies que suportam a ação das ondas contra os barrancos, visando reduzir os constantes desmoronamentos de grandes blocos de terra que caem no canal do rio, responsáveis pelo assoreamento e pela perda de terras produtivas. Foi identificada a falta de uma atitude de preservação por parte dos ribeirinhos, constituindo-se em constante ameaça para a biodiversidade dos ecossistemas ripários.

Levantamento florístico; vegetação ciliar; desestabilização de taludes; rio São Francisco


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