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A construção e reconstrução de capital social em empresas cooperativas sociais de multi-staheholders: uma abordagem dinâmica do sistema

Teorias sobre o capital social e o empreendedorismo social têm dado destaque à iniciativa do capital social em gerar e nutrir boas relações entre o Terceiro Setor e o Setor Público. Neste trabalho, considera-se o capital social como um ativo do Terceiro Setor; as cooperativas sociais de multi-stakeholders são vistas como fruto do capital social e, ao mesmo tempo, suas criadoras e propagadoras. Para representar essa dinâmica, emprega-se a abordagem sistêmica do ponto de vista qualitativo, associada à análise das redes sociais como ferramentas para reconstrução e modelagem de processos dentro das empresas sociais da comunidade e dos sistemas de negócios conectados. A cooperação entre voluntários, clientes, líderes da comunidade e os empreendimentos locais do Terceiro Setor é fundamental para o estabelecimento da confiança nas relações entre as autoridades públicas locais e as cooperativas. Essas relações ajudam as cooperativas a manter contratos de longo prazo com as autoridades locais, como fornecedoras de serviços sociais, e possibilitam-lhes trazer inovação aos seus serviços, desenvolvendo experiências, administrando modelos e mantendo um intercâmbio com os servidores públicos. No longo prazo, essas relações unem as empresas cooperativas sociais entre si e ao setor público, ajudando a criar e renovar o capital social. Na sua atividade, as cooperativas acabam convivendo com trabalhadores que permanecem como membros da cooperativa, enquanto outros stakeholders deixam a organização. Mesmo esses que mantem um vínculo mais fraco são fundamentais para fazer de uma cooperativa de traba-lhadores uma autêntica cooperativa social de multi-stakeholders. Para manter a gestão dos multi-stakeholders e as relações com o Terceiro Setor e a sociedade civil, as cooperativas sociais têm que incentivar e fortalecer a participação e o diálogo com a comunidade por meio de um contínuo esforço de inclusão das pessoas. Usando uma abordagem de engenharia reversa, pode-se considerar determinante a criação de capital social e, desse modo, dar apoio à administração que o gera.

cooperativas sociais; capital social; multi-stakeholder; sistema dinâmico; empreendedorismo social


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