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Valor da mamotomia dirigida por estereotaxia no diagnóstico de lesões mamárias não-palpáveis

RESUMO DE TESE

Valor da mamotomia dirigida por estereotaxia no diagnóstico de lesões mamárias não-palpáveis

Autora: Flora Finguerman Dwek.

Orientador: Cláudio Kemp.

Tese de Doutorado. Unifesp-EPM, 2005.

OBJETIVO: Avaliar o valor da mamotomia dirigida por estereotaxia no diagnóstico de lesões mamárias não-palpáveis em dois grupos: pacientes com resultado benigno ou atípico submetidas a controle mamográfico, e pacientes com resultado benigno, atípico ou maligno submetidas à cirurgia após o procedimento.

MÉTODOS: Foram estudadas 1.014 pacientes consecutivas encaminhadas para realização de mamotomia, entre maio de 1999 e setembro de 2002. As pacientes foram divididas em dois grupos: grupo A - pacientes com resultado anatomopatológico da mamotomia benigno ou atípico, que realizaram controle mamográfico no mínimo seis meses após o procedimento; grupo B - todas as pacientes operadas após a mamotomia, independentemente do resultado anatomopatológico, incluindo lesões malignas e atípicas, bem como as benignas, operadas por diferentes motivos.

RESULTADOS: Dificuldades técnicas impossibilitaram o exame em 41 (4%) pacientes. Na análise das 973 mamotomias realizadas, o resultado anatomopatológico foi benigno em 694 (71,3%), atípico em 124 (12,7%) e maligno em 155 (15,9%). Foi realizado controle mamográfico de 238 pacientes (grupo A), sendo 205 com lesões benignas e 33 atípicas. Em 204 pacientes não houve alteração da imagem mamográfica. Uma paciente foi operada após alteração mamográfica, resultando carcinoma ductal in situ. Das 33 pacientes com lesões atípicas, 30 tinham hiperplasia ductal. Uma delas foi operada após alteração mamográfica, resultando carcinoma ductal invasivo. Em outra constatou-se alteração mamográfica, optando-se por controle clínico e radiológico. Nas demais, bem como nas três pacientes com hiperplasia lobular atípica, o aspecto mamográfico permaneceu inalterado. Nas 82 pacientes operadas (grupo B), foram incluídos 59 casos malignos, sendo 33 carcinomas ductais in situ, 18 carcinomas ductais invasivos, quatro carcinomas lobulares in situ, três carcinomas lobulares invasivos e um carcinoma mucinoso. Em cinco pacientes com carcinoma ductal in situ constatou-se lesão invasiva à cirurgia. O índice de subestimação foi de 15%. Em uma das quatro pacientes com diagnóstico de carcinoma lobular in situ havia invasão na peça cirúrgica (subestimação de 25%). No grupo B encontraram- se 20 pacientes operadas por lesão atípica, sendo 19 logo após a mamotomia para confirmação diagnóstica, e uma proveniente do grupo A. Das 19 pacientes, 16 apresentavam hiperplasia ductal atípica, e destas, em quatro havia carcinoma à cirurgia. O índice de subestimação foi de 25%. Nas duas pacientes com hiperplasia lobular atípica foi achado carcinoma lobular in situ à cirurgia. No grupo B foram incluídas também três pacientes com resultado benigno. A primeira paciente é originária do grupo A e o achado cirúrgico foi de carcinoma ductal in situ. Uma segunda paciente foi operada por não se comprovar a remoção da lesão na mamotomia, resultando carcinoma ductal invasivo. Na terceira, houve discordância entre o aspecto radiológico suspeito e o resultado anatomopatológico benigno. A cirurgia resultou hiperplasia ductal atípica. O índice de falso-negativo foi de 1,4% (3/207).

CONCLUSÃO: A mamotomia dirigida por estereotaxia mostrou-se eficaz no diagnóstico das lesões mamárias não-palpáveis benignas, atípicas e malignas. O índice de falso-negativo foi de 1,4%. O índice de subestimação foi de 15% no carcinoma ductal in situ, de 25% no carcinoma lobular in situ e de 25% na hiperplasia ductal atípica.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Mar 2006
  • Data do Fascículo
    Fev 2006
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