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Diferenciação entre esquistossomose hepatoesplênica e cirrose utilizando ressonância magnética

RESUMO DE TESE

Diferenciação entre esquistossomose hepatoesplênica e cirrose utilizando ressonância magnética

Autor: Alexandre Sérgio de Araújo Bezerra.

Orientador: Giuseppe D'Ippolito.

Tese de Doutorado. São Paulo: Unifesp/EPM, 2007.

OBJETIVOS: Identificar quais características podem ser usadas para diferenciar doentes com esquistossomose hepatoesplênica e cirrose usando ressonância magnética e medir a reprodutibilidade deste método de imagem na avaliação desses doentes.

MÉTODOS: Estudo transversal e observacional em 24 pacientes com esquistossomose hepatoesplênica crônica e 27 pacientes com cirrose alcoólica ou induzida por vírus, submetidos a exame de ressonância magnética do abdome. Todas as imagens foram interpretadas independentemente por dois radiologistas, avaliando-se os seguintes aspectos em exames de ressonância magnética do fígado e baço: alargamento de fissuras hepáticas, irregularidade de contornos hepáticos, fibrose periportal, heterogeneidade do parênquima hepático e nódulos sideróticos esplênicos. Medidas dos lobos esquerdo, direito e caudado do fígado e dos maiores diâmetros esplênicos também foram realizadas. A reprodutibilidade da ressonância magnética foi medida por meio do cálculo da concordância interobservador e intra-observador pelo testes kappa e correlação intraclasses. Foram realizados os testes c2, exato de Fischer, teste t e análise de regressão, com o objetivo de comparar os dois grupos de pacientes.

RESULTADOS: A concordância interobservador e intra-observador foi substancial ou quase perfeita em quase todas as variáveis analisadas (k ou r = 0,81–1,00). Fibrose periportal, heterogeneidade do parênquima hepático e nódulos sideróticos esplênicos foram mais freqüentes no grupo de pacientes esquistossomóticos (p < 0,05). A fibrose periportal apresentou maior diferença entre os dois grupos, sendo mais freqüente nos pacientes esquistossomóticos. Houve também diferença quanto à distribuição, sendo a fibrose periportal periférica mais comum que a central em pacientes com esquistossomose. O diâmetro transverso do lobo hepático direito foi maior nos pacientes cirróticos, e a relação lobo caudado/lobo direito, todos os diâmetros esplênicos e o índice esplênico foram maiores nos pacientes esquistossomóticos (p < 0,001). Na análise por regressão múltipla, os nódulos sideróticos esplênicos e o índice esplênico foram altamente indicativos de esquistossomose e podem ser usados para diferenciação entre os dois grupos. Em doentes previamente esplenectomizados, a relação lobo caudado/lobo direito foi a variável que diferenciou melhor os dois grupos (p = 0,009).

CONCLUSÃO: A presença de fibrose periportal periférica, heterogeneidade do parênquima hepático e nódulos sideróticos esplênicos é mais freqüente em pacientes esquistossomóticos. O índice esplênico é significativamente maior na esquistossomose. O exame de ressonância magnética apresentou elevada reprodutibilidade para a avaliação das alterações morfológicas hepáticas e esplênicas em pacientes esquistossomóticos e em pacientes cirróticos.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jan 2008
  • Data do Fascículo
    Dez 2007
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