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Aplicação da cintilografia com 99mTc-leucócitos mononucleares na detecção de focos inflamatórios/infecciosos

RESUMO DE TESE THESIS ABSTRACT

Aplicação da cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares na detecção de focos inflamatórios/infecciosos

Autor: Sergio Augusto Lopes de Souza.

Orientadora: Bianca Gutfilen.

[Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2007.

O diagnóstico preciso na localização de processos infecciosos e inflamatórios agudos, subagudos ou crônicos persiste como um problema na prática clínica. Leucócitos marcados com 99mTc têm sido úteis na localização de processos inflamatórios/infecciosos. Os objetivos deste estudo foram avaliar a utilidade da cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares no diagnóstico de inflamação e/ou infecção em gastroenterologia, cardiologia, reumatologia, ortopedia, doenças infecto–parasitárias e clínica Médica.

Foram investigados, no período de agosto de 2000 a dezembro de 2005, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Hospital Samaritano, Rio de Janeiro, RJ, 155 pacientes com doença inflamatória intestinal, 36 pacientes com suspeita de miocardite chagásica, 51 com doenças reumáticas, 81 com febre de origem obscura, 32 com suspeita de infecção em prótese, 23 com infecção indefinida sem os critérios de febre de origem obscura e 11 voluntários saudáveis (controle). As imagens cintilográficas foram obtidas em gama–câmara Diacan com colimador de alta resolução e baixa energia (Siemens; Alemanha) e/ou Millennium com colimador de alta resolução e baixa energia (General Electric; EUA), e com protocolos diferentes dependendo da suspeita ou indicação, podendo–se realizar desde imagens planares a imagens tomográficas (SPECT) imediatas ou até 24 horas após a administração das células marcadas com 99mTc.

Os resultados foram comparados com métodos complementares como tomografia computadorizada, ultra–sonografia, ressonância magnética, métodos endoscópicos, laboratoriais e a clínica de cada paciente. A cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares mostrou ter papel importante em diversas clínicas, por vezes muito específico em algumas doenças. Os percentuais de sensibilidade e especificidade nas diferentes doenças avaliadas variaram de 69% (processos infecciosos em geral) a 95% (febre de origem obscura) e 50% (doença inflamatória intestinal – doença de Crohn) a 100% (doença inflamatória intestinal – retocolite ulcerativa), respectivamente. Na febre de origem obscura do tipo nosocomial a cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares obteve ótimos resultados, com sensibilidade de 95,8% e especificidade de 92,3%. Na miocardite chagásica, houve captação anormal de 99mTc–leucócitos mononucleares em um terço (34%) dos pacientes. Porém, não foi possível determinar a sensibilidade e a especificidade da cintilografia, uma vez que o método padrão para o diagnóstico de miocardite, a biópsia endomiocárdica, foi realizada apenas em um de nossos pacientes, o qual teve laudo histopatológico de miocardite linfocítica crônica. Verificamos que houve correlação entre as alterações no ECO e na cintilografia. A cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares teve papel importante na análise de pacientes com próteses ósseas, mamárias e cardíacas, com sensibilidade de 88,2% para as primeiras e 100% para as últimas, e especificidades de 93,7% e 91,6%, respectivamente, Na avaliação das doenças reumáticas observou–se concordância no diagnóstico em 29 dos 51 (57%) pacientes estudados por 99mTc–leucócitos mononucleares e 99mTc–OKT3. Quando comparada a cintilografia com 99mTc–leucócitos mononucleares com o diagnóstico clínico de cada paciente, obteve–se sensibilidade de 83% (25/30) para os pacientes com artrite reumatóide, 33% (1/3) para artrite reumatóide juvenil, 100% (8/8) de especificidade para artrite gotosa e 78% (7/9) para osteoartrite. Nos casos de osteomielite e processos infecciosos, obteve–se 69% de sensibilidade e 100% de especificidade quando comparados exames laboratoriais, culturas hematológicas, exames histopatológicos e radiológicos como ressonância magnética e tomografia computadorizada.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Maio 2008
  • Data do Fascículo
    Abr 2008
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