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Evidência de hibridação e introgressão em Bulbophyllum involutum Borba, Semir & F. Barros e B. weddellii (Lindl.) Rchb. f. (Orchidaceae) na Chapada Diamantina, Brasil, a partir de marcadores alozimáticos

Hibridação entre B. involutum e B. weddellii (Orchidaceae) foi observada pela primeira vez na Serra do Cipó, Estado de Minas Gerais, Brasil, o híbrido sendo descrito como B. ×cipoense Borba & Semir. Neste estudo, foi utilizada eletroforese de alozimas para testar a hipótese de ocorrência de hibridação entre estas espécies, como sugerido por caracteres morfológicos, na Chapada Diamantina, Estado da Bahia, Brasil. A falta de um locus diagnóstico não permite confirmação definitiva da hibridação natural, embora esta hipótese seja reforçada pela ausência de alelos exclusivos nos indivíduos supostamente híbridos. A existência de vários genótipos diferentes indica que ou a população é derivada de múltiplos eventos de hibridação, ou que os híbridos estão se reproduzindo. Homozigose em alguns indivíduos morfologicamente intermediários de alelos exclusivos à espécie B. involutum e a elevada similaridade genética entre eles reforçam a hipótese de introgressão em B. involutum, mas não em B. weddellii. A variabilidade genética observada em B. weddellii (He = 0,21) e B. involutum (He = 0,35) é elevada. Bulbophyllum weddellii e B. involutum apresentaram valor de similaridade genética muito elevado (0,94). Estas espécies, embora vegetativamente muito similares, têm sido colocadas em diferentes seções baseado na morfologia floral. Os resultados encontrados sugerem que estas espécies são mais relacionadas do que previamente suposto.

Bulbophyllum; hibridação; introgressão; Orchidaceae; variabilidade genética


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