Este é o primeiro estudo de biologia da reprodução e citologia realizado em Hypericum brasiliense, uma espécie com propriedades medicinais e de interesse agronômico. Três populações de H. brasiliense da região Sudeste do Brasil foram estudadas. Os resultados obtidos dos estudos indicam que H. brasiliense é uma espécie preferencialmente alógama, auto-compatível, apomítica facultativa e anemófila. Foi observada macho-esterilidade em 50% dos indivíduos estudados nas três populações. Estudos anatômicos evidenciaram anormalidades estruturais nas anteras de flores macho-estéreis, como células do tapete aumentadas, com grossas camadas de secreções depositadas em sua superfície que podem originar deficiências nutricionais para as células mães do pólen. Nos estudos citogenéticos diversos números haplóides foram observados, tais como n = 4, 8, 9, 11, 16 e 17, incluindo a presença de multivalentes e micronúcleos em tétrades, indicando a ocorrência de anormalidades no processo meiótico de H. brasiliense. Apesar das anormalidades meióticas a viabilidade polínica e o índice de germinação in vitro dos pólens observado para as flores férteis podem ser considerados altos. O número cromossômico diplóide registrado foi 2n = 16, com cromossomos metafásicos pequenos e similares entre si. Foram aplicadas técnicas de bandamento com fluorocromos DAPI e CMA3, sem que bandas positivas fossem observadas.
anatomia de anteras; apomixia; irregularidade meiótica; macho-esterilidade
