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Respiração microbiana e composição química de diferentes frações do sedimento de ambientes aquáticos da planície de inundação do alto Rio Paraná, Brasil

Quatro frações do sedimento, de tamanhos diferentes, de seis ambientes da planície de inundação do alto Rio Paraná foram analisadas quanto ao teor de carbono, nitrogênio e fósforo e quanto à respiração microbiana (consumo de oxigênio). O tamanho das partículas não afetou o conteúdo de nitrogênio e fósforo ou a atividade microbiana, influenciando apenas o conteúdo de carbono (F = 4,274, df = 3; 20, p = 0,020). As concentrações de carbono das partículas ultrafinas foram significativamente menores que as concentrações das partículas de outros tamanhos. Os valores da respiração microbiana refletiram a composição química do sedimento, como demonstrado na análise de regressão múltipla. (respiração microbiana = -0,39 - 0,210C + 0,108N + 0,796P; F = 7,0495, p = 0,0022). Entretanto, o fósforo foi o elemento que melhor explicou a respiração microbiana (coeficiente parcial = 0,796, p = 0,0039, n = 23). Considerando que i) o fósforo foi o melhor preditor da respiração microbiana; ii) o fósforo é retido em uma série de reservatórios localizados a montante da planície de inundação estudada; e iii) a respiração microbiana é uma medida das taxas de decomposição e ciclagem de nutrientes, pode-se dizer que a acumulação dos detritos orgânicos ao longo do tempo e a redução da ciclagem de nutrientes nos ambientes da planície de inundação do alto Rio Paraná são prováveis impactos dessa diminuição do fósforo, causada pelos reservatórios a montante.

respiração microbiana; ciclagem de nutrientes; planície de inundação; frações do sedimento; Rio Paraná


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