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Plástica da valva mitral com emprego do anel de Gregori-Braile: análise de 66 pacientes

Tendo em vista as complicações decorrentes com uso das próteses valvares, maior tem sido o empenho em se conservar a valva mitral. Objetivo: O presente trabalho analisa a plástica da valva mitral com emprego do anel de Gregori-Braile em 66 pacientes operados consecutivamente entre outubro de 1989 a outubro de 1995. Casuística e Métodos: Quarenta e cinco (74,1%) pacientes eram do sexo feminino e 17 (25,7%) pacientes do masculino. A idade média foi de 32,9 anos. Moléstia reumática esteve presente na maioria dos casos (49 pacientes) e insuficiência mitral em 38 (57,5%) pacientes. O tempo de evolução foi de 2,560 meses/pacientes com média de 38,8 meses e o acompanhamento foi realizado em 64 (96,9%) pacientes. Os métodos de avaliação foram: quadro clínico (GF), sopro sistólico no foco mitral (SSFM) e estudo Dopplerecocardiográfico no período pré e pós-operatório. As técnicas empregadas sobre a valva mitral foram: implante do anel, mobilização das cúspides e cordas tendíneas e restrição da mobilidade valvar. Encurtamento das cordas tendíneas foi realizado em 44 (66,6%) pacientes. Os procedimentos associados foram: redução do AE (8 casos), troca valvar aórtica (3 casos) e cirurgia de Cox (3 casos). (1,5%) uma paciente faleceu sete dias após a operação por tromboembolismo pulmonar. Resultados: Houve importante melhora do grau funcional após a operação. No pré-operatório 41 (62,1%) pacientes estavam no GF III e 23 (34,8%) pacientes no GF IV. Após a plástica, 53 (80,3%) pacientes se encontravam no GF I e 8 (12,1%) pacientes no GF II. O mesmo ocorreu com o SSFM, pois em 92,4% dos operados ele era ausente ou de + de intensidade. O GF e SSFM melhoraram de maneira significativa (p < 0,001). Quanto ao estudo Dopplerecocardiográfico, a média do diâmetro diastólico do VE era de 5,96 cm no PO (p < 0,001). A média do tamanho do AE era de 5,67 cm no pré e 4,65 cm no PO (p < 0,001). O diâmetro da aorta ascendente era de 2,97 cm no pré e 3,13 cm no PO (p < 0,01). A média do encurtamento percentual era de 35,38% no pré e 34,12% no PO ( sem diferença estatística). A média da área valvar no pré e PO era de 1,7 cm2 e 2,43 cm2 (p < 0,003), respectivamente. A média do gradiente de pressão através da valva mitral era de 11,19 mmHG no pré e 5,58 mmHG no PO (p < 0,003). Três (4,5%) pacientes faleceram no pós-operatório tardio. Após 72 meses, 95,5% dos pacientes estavam livres de mortalidade, 96% livres de reoperação (6,0%) e 98,4% livres de tromboembolismo. Conclusão: A plástica da valva mitral é procedimento reprodutível, a melhora do grau funcional é significativa estatisticamente, é bastante eficaz no tratamento da insuficiência e dupla lesão mitral e deve ser realizada sempre que possível.

Valva mitral; Próteses e implantes; Cardiopatia reumática; Insuficiência da valva mitral; Endocardite


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