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Parada circulatória total em cirurgia cardíaca pediátrica: relato de 130 casos

A hipotermia profunda com parada circulatória total (PCT) apresentou um aumento importante nos pacientes operados em nosso Serviço e é de grande utilidade para a correção de alterações cardiovasculares complexas. Estudamos 130 pacientes de janeiro de 1995 a junho de 1996. A idade dos pacientes variou de 2 dias a 16 anos. As doenças mais freqüentes foram o defeito do septo ventricular (DSV) (26%), tetralogia de Fallot (TF) (13%), transposição das grandes artérias (TGA) (10%) e defeito do septo atrioventricular (DSAVT) (10%). Em todos os pacientes foi usado o oxigenador de membranas, a temperatura retal em PCT foi mantida em média de 15°C. O tempo médio em perfusão foi de 45 minutos e o de PCT de 27 minutos. No pós-operatório imediato, a complicação mais freqüente foi a síndrome de baixo débito (49 casos - 38%). Alterações neurológicas ocorreram em 27 (20%) pacientes: 13 (10%) convulsões, 8 (6,1%) disfunções neuropsicológicas, 5 (3,8%) sinais extrapiramidais, 4 (3%) déficits neurooftálmicos, 4 (3%) comas. Cinco destes sintomas iniciaram precocemente no POI e podem ser atribuídos à PCT (3,8%). Ocorreram 20 (15%) óbitos, 3 pacientes apresentaram déficit neurológico na alta hospitalar (2 disartrias - 1 hipertonia muscular). Concluímos que a hipotermia profunda com PCT é útil na correção de anomalias cardíacas complexas e que apresenta baixo risco de complicações neurológicas permanentes. O nosso seguimento tardio é pequeno para avaliar com precisão o desenvolvimento psicomotor dos pacientes.

Cardiopatias congênitas; Hipotermia induzida; Parada cardíaca induzida; Complicações pós-operatórias; Manifestações neurológicas


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