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Experiência multicêntrica na América do Sul no fechamento perventricular da comunicação interventricular muscular congênita

Perventricular closure of congenital muscular ventricular septal defect :multicenter experience in South America

FUNDAMENTOS: O fechamento perventricular das comunicações interventriculares (CIVs) musculares tornou-se uma alternativa terapêutica atraente em pequenos lactentes com grandes defeitos. Entretanto, a reprodutibilidade desse método em vários centros mundiais ainda é uma questão em aberto. MÉTODO: Relatamos uma experiência multicêntrica na América do Sul com tal abordagem. No período de julho de 2007 a maio de 2009, nove pacientes nãoconsecutivos (idade e peso médios de 6 meses e 5,5 kg, respectivamente) foram submetidos a procedimento no centro cirúrgico, sob monitoração da ecocardiografia transesofágica, utilizando-se dispositivos Amplatzer. Todos os pacientes, com exceção de um, apresentavam insuficiência cardíaca e graus variados de hipertensão pulmonar. Quatro pacientes eram portadores de coartação da aorta e um tinha sido submetido a bandagem da artéria pulmonar com 6 meses de vida, todos reparados cirurgicamente na mesma sessão. Oito pacientes possuíam defeitos únicos (seis no meio do septo e dois, apicais), medindo 10,3 ± 3,7 mm, e um paciente apresentava dois defeitos apicais que necessitaram do implante de dois dispositivos. RESULTADOS: Dez dispositivos foram implantados com sucesso (tamanho médio de 12 mm), sendo dois fixados na parede livre do ventrículo direito. Um paciente apresentou morfologia de bloqueio de ramo direito e outro, de bloqueio de ramo esquerdo após o implante. Em um paciente com CIV de 14 mm com borda póstero-inferior mais curta, a porção inferior de um dispositivo de 16 mm sofreu prolapso através do defeito para o ventrículo direito, necessitando retirada cirúrgica e ventriculosseptoplastia com retalho pericárdico. Após seguimento médio de um ano, todos os oito pacientes (incluindo o com CIVs múltiplas) apresentavam oclusão do defeito e retorno do ventrículo esquerdo às dimensões normais. CONCLUSÃO: A oclusão perventricular das CIVs musculares foi factível, reprodutível, de modo geral segura e bem efetiva nesta experiência multicêntrica. Defeitos maiores podem necessitar de superdimensionamento do dispositivo e/ou fixação com suturas cirúrgicas para adequada estabilização. Maior número de pacientes e período de seguimento mais longo são necessários para conclusões mais definitivas.

Comunicação interventricular; Cateterismo cardíaco; Próteses e implantes


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