Acessibilidade / Reportar erro

Plástica em Z no tratamento da fissura labial unilateral: revisão de sua história

■ RESUMO

O trabalho faz uma revisão do emprego da plástica em Z nas técnicas de queiloplastia empregadas para o tratamento da fissura labial unilateral. Destaca a contribuição de autores brasileiros, principalmente a de Perseu Lemos. Relata também a conduta adotada pelo autor sênior neste tipo de queiloplastia.

Descritores:
Queimaduras; Cicatriz; Cirurgia plástica; Fenda labial; Cirurgiões

■ ABSTRACT

The study reviews the use of Z-plasty in the cheiloplasty techniques used to treat unilateral cleft lip. It highlights the contribution of Brazilian authors, especially that of Perseu Lemos. It also reports the conduct adopted by the senior author in this type of cheiloplasty.

Keywords:
Burns; Cicatrix; Surgery; Plastic; Cleft lip; Surgeons

INTRODUÇÃO

Este artigo tem a finalidade de esclarecer e divulgar a história da queilozetaplastia no tratamento das fissuras labiais unilaterais. Pretende demonstrar a importância fundamental de eminentes cirurgiões plásticos brasileiros na sua criação, execução e ensino11 Lemos P. Pelos caminhos da cirurgia plástica. Recife: Edições Bagaços; 1994..

Sobre as origens da zetaplastia

A primeira referência que encontramos de uma plástica em Z é creditada a Horner, em 183722 Horner WE. Clinical report on the surgical department of the Philadelphia Hospital, Blockley for months of May, June and July 1837. Am J Med Sci. 1837;21:105-6.,33 Borges AF, Gibson T. The original Z-plasty. Br J Plast Surg. 1973 Jul;26(3):237-46.. Como professor de anatomia, na Universidade da Pensilvânia, relatou o caso de um ectrópio de pálpebra inferior esquerda causado por uma cicatriz de queimadura há 4 anos (Figura 1).

Há autores que atribuem a Denonvilliers (1863)44 Denonvilliers CP. De la méthode autoplastique par pivotempar appliquée à la restauration des paupières. Bull Gén Thér Méd Chirurg. 1863;65:110-22. a primeira execução de uma plástica em Z quando operou um jovem com ectrópio na parte externa da pálpebra inferior direita. Caso apresentado em 20/09/1854, na Société de Chirurgie, em Paris. Esta descrição foi relatada na tese de Cazelles, em 186055 Cazelles EH. Du traitment de l’ectropion cicatriciel [tese]. Rognoux: Faculte de Médicine de Paris; 1860. (Figura 2).

Quem usou primeiro o termo plástica em Z foi McCurdy, na Universidade de Pittsburg, em 191366 McCurdy SL. Z-plastic surgery: plastic operation to elongate cicatricial contraction of the neck, lips and eyelids and across the joints. Surg Gynecol Obst. 1913;16:209-11.. Há dúvidas que McCurdy tenha tido conhecimento de trabalhos anteriores sobre as plásticas em Z77 Borges AF. Historical review of Z-plastic techniques. Clin Plast Surg. 1977 Abr;2(4):207-16..

Em 1904, Berger88 Berger VP. Autoplastie par dédoublement de la palmure et échange de lambeaux. In: Berger P, Banzet S, eds. Chirurgie ortopédique. Paris: Steinfeil; 1904. p.180-5. descreve uma típica transposição da plástica em Z para tratamento de sequela de queimadura da axila (Figura 3).

Pequena digressão histórica sobre o tratamento da fissura labial unilateral

Em 1836, Millard99 Millard Junior DR. Cleft craft: the evolution of its surgery. Volume 1 I. The Unilateral Deformity. Boston: Little, Brown and Company; 1976. preconizou o tratamento da fissura labial unilateral por incisões curvas, mas que excisavam muito tecido do lábio, embora o alongamento fosse efetivo. Em 1891, Rose1010 Rose W. On harelip and cleft palate. London: HK Lewis; 1891. propôs um desenho similar ao de Millard (1836)99 Millard Junior DR. Cleft craft: the evolution of its surgery. Volume 1 I. The Unilateral Deformity. Boston: Little, Brown and Company; 1976., com incisões côncavas em ambos os lados da fissura e preservando mais tecido labial. As incisões iam da narina até o vermelhão e a técnica tornou-se popular (Figura 4).

Posteriormente Thompson, em 19121111 Thompson JE. An artistic and mathematically accurate method of repairing the defect in cases of harelip. Surg Gynecol Obst. 1912;14:498-505., descreveu sua técnica com incisões anguladas nas bordas da fissura na tentativa de delinear as curvas de um lábio normal. Ele realiza incisões curvas similares às de Rose (1891)1010 Rose W. On harelip and cleft palate. London: HK Lewis; 1891., nas bordas da fissura, fazendo medidas acuradas com compasso calibrado. Hoje a técnica de excisão e cicatriz em linha reta é conhecida como técnica de Rose & Thompson (Figura 5).

Figura 1
Esquema mostrando: incisão na pálpebra inferior. Uma segunda incisão parte da pálpebra inferior em direção ao ângulo da mandíbula. Outra incisão de mesma extensão dirige-se para a raiz do nariz. Descolamento e transposição dos retalhos. Correção quase imediata do defeito. Segundo Borges e Gibson (1973)33 Borges AF, Gibson T. The original Z-plasty. Br J Plast Surg. 1973 Jul;26(3):237-46..
Figura 2
A. Zetaplastia realizada por Denonvilliers (1863). Segundo Borges e Gibson (1973). B. Zetaplastia realizada por Denonvilliers (1863). Segundo Borges e Gibson (1973)33 Borges AF, Gibson T. The original Z-plasty. Br J Plast Surg. 1973 Jul;26(3):237-46.,44 Denonvilliers CP. De la méthode autoplastique par pivotempar appliquée à la restauration des paupières. Bull Gén Thér Méd Chirurg. 1863;65:110-22..
Figura 3
A. Típica transposição dupla da zetaplastia como se usa hoje. Segundo Borges e Gibson (1973). B. Típica transposição dupla da zetaplastia como se usa hoje. Segundo Borges e Gibson (1973)33 Borges AF, Gibson T. The original Z-plasty. Br J Plast Surg. 1973 Jul;26(3):237-46..
Figura 4
Técnica de Rose (1879)1010 Rose W. On harelip and cleft palate. London: HK Lewis; 1891..
Figura 5
Técnica de Thompson (1912)1111 Thompson JE. An artistic and mathematically accurate method of repairing the defect in cases of harelip. Surg Gynecol Obst. 1912;14:498-505. com suas medidas propostas.

Millard (1836)99 Millard Junior DR. Cleft craft: the evolution of its surgery. Volume 1 I. The Unilateral Deformity. Boston: Little, Brown and Company; 1976. relata que Veau, em 192599 Millard Junior DR. Cleft craft: the evolution of its surgery. Volume 1 I. The Unilateral Deformity. Boston: Little, Brown and Company; 1976., publicou técnica de queiloplastia unilateral em que pela primeira vez se empregava uma zetaplastia, mas localizada no vermelhão, ultrapassando um pouco este e atingindo o lábio, o que poderia prejudicar a continuidade da linha cutaneomucosa. Na época, a plástica em Z era aceita como procedimento para resolver contraturas de linhas retas e ainda segundo Veau (1925) poderia ser utilizada para atenuar secundariamente a linha reta da queiloplastia.

É importante registrar que embora Masters et al., em 19541212 Masters F, Georgiade N, Horton C, Pickrell K. Use of interlocking Z’s in repair of incomplete clefts of the lip. Plast Reconstr Surg. 1954 Out;14(4):287-92., tenham advogado o emprego de plásticas em Z intermediárias para reparar fissuras labiais incompletas, foi Lemos, em 19561313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11., que primeiro propôs uma queilozetaplastia para o reparo de fissuras labiais unilaterais. A técnica de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. foi modificada por Spina e Lodovici, em 19601414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7., e veio trazer contribuições à técnica de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.. Em 1961, Petit et al.1515 Petit P, Borde J, Malek R. Treatment of harelip by means of a plastic procedure using a equilateral triangular flap. Ann Chir Infant. 1961 Dez;2:111-6. propuseram técnica com 2 retalhos triangulares; pregavam que um duplo Z produzia uma melhor rotação da asa nasal e uma melhor liberação do lábio.

A técnica de Perseu Lemos

Consideramos que Perseu Castro de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. foi o primeiro a preconizar o reparo de fissura labial unilateral por meio da plástica em Z de toda a espessura do lábio: pele, musculatura e mucosa. Sua primeira publicação foi na revista O Hospital no Rio de Janeiro (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.. Logo depois a técnica foi apresentada no Congresso Internacional de Cirurgia Plástica em Roma (1967)1616 Lemos PC. Cheilo-Z-plasty. Rev Lat Am Cir Plast. 1962;4(3):270-4..

Encontramos ainda na literatura referência de uma nota prévia feita por Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. registrada no 5º Congresso Médico Estadual de Pernambuco: “Uma nova técnica para a correção do lábio leporino1717 Lemos PC. Novas técnicas para a correção do lábio leporino simples, uni e bilateral (nota prévia). 5º Congresso Médico Estadual de Pernambuco (Garanhuns), 1953 (Nov).”.

Interessante conhecer os fundamentos da técnica pela própria descrição do autor: “Concebemos então a nossa operação que consistia essencialmente na excisão das bordas da fissura, respeitando o início do arco de cupido, e, em seguida, realizando uma simples plástica em Z para alongar o lábio e quebrar a linha de sutura. Esta plástica em Z que inicialmente foi descrita no terço médio do lábio, pode ser colocada onde mais seja necessária, isto é, nos terços superior, médio ou inferior. Igualmente a angulação dos ramos pode variar, de tal modo a se obter um resultado mais satisfatório de acordo com o caso. Os retalhos triangulares resultantes, incisados em toda a sua espessura labial, são então suturados entrecruzados, ressecando-se os pequenos excessos resultantes. Como resultado final temos um lábio com arco de cupido preservado, com mínimo de tecido removido e uma cicatriz quebrada, sem tendência à retração.”1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37..

Complementa assim o autor: “A cirurgia é sobretudo de fácil exceção, não mais exigindo do cirurgião que o conhecimento das bases técnicas da zetaplastia. O único inconveniente resultante é a interrupção da crista filtral comum, entretanto, a todas as técnicas com cicatrizes não retilíneas.”1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37..

Dr. Perseu1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. (era assim que era mais conhecido) refere ter aplicado a técnica pela primeira vez em 1953, executando a técnica para todos os tipos de fissuras labiais unilaterais: completas ou incompletas, com ou sem fissura palatina, nas reparações secundárias, sempre obtendo resultados satisfatórios. Para tanto, dizia, basta que se tenha bom senso no posicionamento dos ramos laterais do Z, no comprimento, altura e sentido mais convenientes. Em um retrospecto de 26 anos, avalia ter operado em torno de 1.000 casos1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81..

Ainda nas palavras do próprio mestre: “Embora tenhamos descrito inicialmente o Z no terço médio do lábio, evoluímos logo para o conceito que ele pode ser posicionado mais abaixo ou mais alto ou de preferência no terço superior com ramos de Z dispostos de maneira que o retalho triangular externo criado promova a rotação alar para cima e para dentro, reconstruindo melhor o introito nasal. Aliás achamos que a grande variedade de posições, ângulos, altura e orientação dos ramos são a melhor coisa da técnica.”1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81. (Figura 6).

Figura 6
A. Técnica de Perseu Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.. Zetaplastia utilizada nos casos de asa nasal alta ou em boa posição. Todas as camadas labiais são incisadas. B. Técnica de Perseu Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.. Zetaplastia utilizada quando a asa nasal é baixa. C. Técnica de Perseu Lemos. Zetaplastia utilizada quando os hemilábios se apresentam com dimensões desiguais. Segundo Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81..

A técnica de Victor Spina e Orlando Lodovici

Em 1959 e 1960, Victor Spina juntamente com Orlando Lodovici1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. propuseram a plástica em Z apenas ao plano cutâneo, o que lhe parecia suficiente para determinar o devido aumento da altura do lábio.

Na sua plástica em Z o braço superior é medial e o braço inferior é lateral. Apresenta um engenhoso reparo do vermelhão, sem ressecções e o aproveitamento de toda a mucosa em parte decorticada e sepultada na vertente contralateral (Figura 7). Spina e Lodovici (1960)2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. reconhecem que seu método corresponde ao método de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. com modificações próprias, na intenção da obtenção de melhores resultados. Ele divulgou muito a técnica em todo o Brasil que passou a ser conhecida por alguns como técnica de Lemos & Spina. Trata-se de um procedimento muito utilizado até os nossos dias2121 Anger J. Prof. Perseu Castro de Lemos e Prof. Spina: a história da plástica em Z na queiloplastia para a correção das fissuras lábio-palatinas unilaterais. Rev Soc Bras Cir Plást. 2005;20(4):245-7..

Figura 7
Técnica de Spina e Lodovici (1960)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7..

Outros autores

Davies, na África do Sul, publica em 19652222 Davies D. The repair of unilateral cleft lip. Br J Plast Surg. 1965 Jul;18:254-64., queiloplastia com dois retalhos iguais de plástica em Z pura. Emprega também uma plástica em Z de todos os planos e curiosamente não cita Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.. Ele admite que o maior senão da sua técnica é que a cicatriz final cruza a crista filtral.

Em 1959, Clifford and Pool2323 Clifford RH, Pool Junior R. The analysis of the anatomy and geometry of the unilateral cleft lip. Plast Reconstr Surg Transplant Bull. 1959 Out;24:311-20. revisaram os princípios da plástica em Z na cirurgia da fissura labial; um artigo que merece ser consultado. Em 1949, Huffman e Lierle2424 Huffman WC and Lierle DM. Studies on the patholic anatomy of the unilateral harelip nose. Plast Reconstr Surg. 1949 Mai;4(3):225-34. descreveram técnica de reparo da fissura labial baseada somente no princípio da zetaplastia, principalmente utilizando medidas geométricas acuradas.

Sabe-se hoje que no uso de zetaplastias nas queiloplastias seus princípios não podem ser violados. Quando o desenho da plástica em Z não é bem planejado algum tecido labial valioso pode ser ressecado e a cicatriz final pode violar as linhas de reparação do filtro do lábio. Então, por isso, a importância de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. e Spina e Lodovici (1959, 1960)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30..

O reparo da musculatura da fissura labial unilateral

As queilozetaplastias até aqui apontadas, por sua época de realização não consideraram o tratamento adequado das deformidades musculares da fissura labial unilateral. Este ponto nos parece importante para atualizar estas técnicas.

Fara, em 19682525 Fara M. Anatomy and arteriography of cleft lips in stillborn children. Plast Reconstr Surg. 1968;42:29-36., realizou dissecções em natimortos com fissuras. Descreveu a disposição anatômica anômala dos feixes musculares da fissura. Ele também notou que havia uma hipoplasia (pobreza) de fibras no lado medial. Segundo Randall et al., em 19742626 Randall P, Whitaker L, LaRossa D. The importance of muscle reconstruction in primary and secondary cleft lip repair. Plast Reconstr Surg. 1974 Set;54(3):313-23., “o tratamento funcional das fissuras labiais implica em reorientar a musculatura do lábio, independentemente do tipo de incisão cutânea a ser utilizado.” Existe ainda uma outra proposta de reorientação cirúrgica das fibras do orbicular descrita por Skoog, em 19742727 Skoog T. Plastic surgery: new methods and refinements. Stockholm: WB Saunders; 1974., que dá ênfase especial para a completa restauração da anatomia muscular do lábio.

Nicolau, em 19832828 Nicolau PJ. The orbicularis oris muscle: a functional approach to its repair in cleft lip. Br J Plast Surg. 1983 Abr;36(2):141-53., descreveu a anatomia do orbicular dos lábios com duas camadas: uma superficial cujas fibras são relacionadas com a mímica facial e outra profunda cujas fibras respondem pela função esfincteriana do lábio, tendo importância no comer e na retenção dos alimentos na boca. A camada superficial é a que apresenta importante alteração das suas inserções nos pacientes com fissura labial2929 Giglio AT. Tratamento funcional das fissuras labiais unilaterais. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 77. (Figura 8).

Figura 8
Diagrama de Nicolau. Segundo Giglio (1996)2929 Giglio AT. Tratamento funcional das fissuras labiais unilaterais. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 77..

Tanto Nicolau (1983)2828 Nicolau PJ. The orbicularis oris muscle: a functional approach to its repair in cleft lip. Br J Plast Surg. 1983 Abr;36(2):141-53., como Randall et al. (1974)2626 Randall P, Whitaker L, LaRossa D. The importance of muscle reconstruction in primary and secondary cleft lip repair. Plast Reconstr Surg. 1974 Set;54(3):313-23. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.,3232 Kernahan DA. The functional cleft lip repair with muscle alignment. In: Kernahan DA, Rosenstein SW, eds. Cleft lip and palate-a system of management. Baltimore: Williams & Wilkins Co.; 1990. p. 149. destacam que o tratamento moderno da fissura unilateral passa por uma reconstituição adequada musculatura orbicular, pois o resultado da queiloplastia deve ser avaliado não apenas na situação de repouso do lábio, mas também e, principalmente, em atividade como sorrir e assoviar.

Todos esses autores embora deem a mesma importância à reconstituição da musculatura, abordam a musculatura de forma diversa. A nós sempre interessou a técnica proposta por Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66. com a qual obtivemos funcionalmente e esteticamente resultados muito satisfatórios (Figura 9).

A proposta de uma queilozetaplastia

O emprego de plástica em Z no tratamento da fissura unilateral trouxe grandes benefícios. Por sua simplicidade, facilidade de execução e de aprendizagem será sempre um recurso que possa ser utilizado.

Figura 9
A. Técnica de Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66..

Para manter vivos os princípios de Lemos (1956)1313 Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11. e Spina e Lodovici (1959, 1960)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30., com zetaplastias na pele e na mucosa labial e tratamento conservador dos retalhos do vermelhão do lábio, deve-se acrescentar a estes, um tratamento adequado da musculatura do orbicular. Em nossas mãos, o que nos ofereceu melhores resultados foi a técnica de Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Utilizamos esta técnica para fissuras incompletas, fissuras completas estreitas e alinhadas.

Eis o esquema da técnica que nos parece a mais adequada:
  • - Marcação da zetaplastia;

  • - Plástica em Z feita na pele e na mucosa;

  • - O tratamento da musculatura;

  • - O fechamento com o detalhe do vermelhão.

CONCLUSÃO

Em 1996, Dr. Perseu1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81. considerava que apesar das novas técnicas surgidas ao longo do tempo que procuram reconstruir a crista filtral do lado da fissura, há quem prefira a plástica em Z por produzir menor retração cicatricial, um arco de cupido preservado, com o mínimo de tecido removido. O inconveniente é a interrupção da crista filtral, comum, entretanto, à todas as técnicas com cicatrizes não retilíneas. Aponta ainda que filosoficamente todos os seus conceitos que continuam válidos:
  1. Preservação do arco de cupido;

  2. Perfeito alinhamento da linha cutaneomucosa;

  3. Ressecção mínima de tecido labial;

  4. Cicatriz em direções alternadas, sem tendência à retração;

  5. Facilidade de ensino e de execução.

DEDICATÓRIA

Trabalho dedicado a Perseu Castro de Lemos, mestre e amigo do autor sênior e que, em 1994, assim se expressava: “Considero de todas as minhas contribuições à cirurgia plástica, a quilozetaplastia como a mais importante11 Lemos P. Pelos caminhos da cirurgia plástica. Recife: Edições Bagaços; 1994..

Figura 10
A. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: pré-operatório. B. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: pré-operatório. C. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: perioperatório. D. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: perioperatório. E. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: pós-operatório. F. Conduta proposta: Lemos (1981, 1996)1818 Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.,1919 Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81., Spina e Lodovici (1959-60)1414 Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.,2020 Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30. e Kernahan (1978, 1983)3030 Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.,3131 Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.. Fissura labial unilateral direita incompleta: pós-operatório. Fonte: Autor sênior.
  • COLABORAÇÕES
    SC Análise e/ou interpretação dos dados, Aprovação final do manuscrito, Coleta de Dados, Gerenciamento de Recursos, Gerenciamento do Projeto, Redação - Preparação do original, Supervisão
    LLA Gerenciamento do Projeto, Supervisão
    RSM Gerenciamento do Projeto
    LBZ Gerenciamento do Projeto

REFERÊNCIAS

  • 1
    Lemos P. Pelos caminhos da cirurgia plástica. Recife: Edições Bagaços; 1994.
  • 2
    Horner WE. Clinical report on the surgical department of the Philadelphia Hospital, Blockley for months of May, June and July 1837. Am J Med Sci. 1837;21:105-6.
  • 3
    Borges AF, Gibson T. The original Z-plasty. Br J Plast Surg. 1973 Jul;26(3):237-46.
  • 4
    Denonvilliers CP. De la méthode autoplastique par pivotempar appliquée à la restauration des paupières. Bull Gén Thér Méd Chirurg. 1863;65:110-22.
  • 5
    Cazelles EH. Du traitment de l’ectropion cicatriciel [tese]. Rognoux: Faculte de Médicine de Paris; 1860.
  • 6
    McCurdy SL. Z-plastic surgery: plastic operation to elongate cicatricial contraction of the neck, lips and eyelids and across the joints. Surg Gynecol Obst. 1913;16:209-11.
  • 7
    Borges AF. Historical review of Z-plastic techniques. Clin Plast Surg. 1977 Abr;2(4):207-16.
  • 8
    Berger VP. Autoplastie par dédoublement de la palmure et échange de lambeaux. In: Berger P, Banzet S, eds. Chirurgie ortopédique. Paris: Steinfeil; 1904. p.180-5.
  • 9
    Millard Junior DR. Cleft craft: the evolution of its surgery. Volume 1 I. The Unilateral Deformity. Boston: Little, Brown and Company; 1976.
  • 10
    Rose W. On harelip and cleft palate. London: HK Lewis; 1891.
  • 11
    Thompson JE. An artistic and mathematically accurate method of repairing the defect in cases of harelip. Surg Gynecol Obst. 1912;14:498-505.
  • 12
    Masters F, Georgiade N, Horton C, Pickrell K. Use of interlocking Z’s in repair of incomplete clefts of the lip. Plast Reconstr Surg. 1954 Out;14(4):287-92.
  • 13
    Lemos PC. Nova operação para lábio leporino simples. O Hospital. 1956;1(4):607-11.
  • 14
    Spina V, Lodovici O. Conservative technique for treatment of unilateral cleft lip. Reconstruction of the midline tubercle of the vermilion. Br J Plast Surg. 1960;13:110-7.
  • 15
    Petit P, Borde J, Malek R. Treatment of harelip by means of a plastic procedure using a equilateral triangular flap. Ann Chir Infant. 1961 Dez;2:111-6.
  • 16
    Lemos PC. Cheilo-Z-plasty. Rev Lat Am Cir Plast. 1962;4(3):270-4.
  • 17
    Lemos PC. Novas técnicas para a correção do lábio leporino simples, uni e bilateral (nota prévia). 5º Congresso Médico Estadual de Pernambuco (Garanhuns), 1953 (Nov).
  • 18
    Lemos PC. Tratamento da fissura labial unilateral. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Editora Interamericana; 1981. p. 37.
  • 19
    Lemos PC. Quilozetaplastia técnica pessoal para o tratamento cirúrgico das fissuras labiais unilaterais. In: Tratamento das fissuras labiopalatinas. In: Lessa S, Carreirão S, Zanini S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 81.
  • 20
    Spina V, Lodovici O. Técnica conservadora para o tratamento do lábio leporino unilateral: reconstituição do tubérculo mediano. Rev Assoc Med Bras. 1959;5(5):325-30.
  • 21
    Anger J. Prof. Perseu Castro de Lemos e Prof. Spina: a história da plástica em Z na queiloplastia para a correção das fissuras lábio-palatinas unilaterais. Rev Soc Bras Cir Plást. 2005;20(4):245-7.
  • 22
    Davies D. The repair of unilateral cleft lip. Br J Plast Surg. 1965 Jul;18:254-64.
  • 23
    Clifford RH, Pool Junior R. The analysis of the anatomy and geometry of the unilateral cleft lip. Plast Reconstr Surg Transplant Bull. 1959 Out;24:311-20.
  • 24
    Huffman WC and Lierle DM. Studies on the patholic anatomy of the unilateral harelip nose. Plast Reconstr Surg. 1949 Mai;4(3):225-34.
  • 25
    Fara M. Anatomy and arteriography of cleft lips in stillborn children. Plast Reconstr Surg. 1968;42:29-36.
  • 26
    Randall P, Whitaker L, LaRossa D. The importance of muscle reconstruction in primary and secondary cleft lip repair. Plast Reconstr Surg. 1974 Set;54(3):313-23.
  • 27
    Skoog T. Plastic surgery: new methods and refinements. Stockholm: WB Saunders; 1974.
  • 28
    Nicolau PJ. The orbicularis oris muscle: a functional approach to its repair in cleft lip. Br J Plast Surg. 1983 Abr;36(2):141-53.
  • 29
    Giglio AT. Tratamento funcional das fissuras labiais unilaterais. In: Lessa S, Carreirão S, eds. Tratamento das fissuras labiopalatinas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1996. p. 77.
  • 30
    Kernahan DA. Muscle repair in unilateral cleft lip, based on findings on eletrical stimulation. Ann Plast Surg. 1978;1(1):48-53.
  • 31
    Kernahan D, Bauer BS. Functional cleft lip repair: a sequential layred closure with orbicularis muscle realingment. Plast Reconstr Surg. 1983 Out;72(4):459-66.
  • 32
    Kernahan DA. The functional cleft lip repair with muscle alignment. In: Kernahan DA, Rosenstein SW, eds. Cleft lip and palate-a system of management. Baltimore: Williams & Wilkins Co.; 1990. p. 149.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    22 Jul 2020
  • Aceito
    10 Jan 2021
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Rua Funchal, 129 - 2º Andar / cep: 04551-060, São Paulo - SP / Brasil, Tel: +55 (11) 3044-0000 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbcp@cirurgiaplastica.org.br