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Fertilidade do solo, carbono orgânico e frações da matéria orgânica em diferentes distâncias da cepa de eucalipto

O conhecimento das variações vertical, horizontal e temporal de características químicas do solo sob cepas remanescentes de eucalipto é de fundamental importância para o manejo de cultivos subsequentes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de cepas remanescentes de eucalipto (CRE) na variabilidade espacial de características químicas em um Argissolo Amarelo distrófico típico localizado na região litorânea do Espírito Santo. Para isso, foram selecionadas CRE com 31 e 54 meses de idade, em duas áreas experimentais com características semelhantes, a fim de avaliar os efeitos da decomposição delas sobre características químicas do solo. Dessa forma, amostras de solo foram coletadas ao redor dessas CRE e nas distâncias de 30, 60, 90, 120 e 150 cm, nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm de profundidade, na direção da linha das CRE, as quais se situavam na entrelinha de povoamentos de eucalipto de mesma idade, cultivados no espaçamento de 3 x 3 m. O procedimento de amostragem de solo foi realizado em cinco parcelas de 900 m² . As amostras de solo foram analisadas para: pH em água, P e K disponíveis (Mehlich-1), Al, Ca e Mg trocáveis, C orgânico total (COT) e teores de C nas substâncias húmicas (SH) e na fração leve livre. Os resultados obtidos indicaram variação nos valores de pH e nos teores de P, K, Ca2+, Mg2+ e Al3+ à medida que se afastou das CRE aos 31 e 54 meses, entre as camadas de solo amostradas. Os maiores valores de pH, P, K, Ca2+ e Mg2+ foram constatados na camada superficial do solo, e os menores, para Al3+ . Os teores de C orgânico das diversas frações da matéria orgânica do solo decresceram à medida que se afastou das CRE aos 31 e 54 meses, nas camadas de 0-10 e 10-20 cm de profundidade, indicando que a ciclagem de raízes (e tocos) e a rizodeposição contribuem para manter a matéria orgânica do solo. Os teores de C da fração leve livre e das frações da SH e o COT foram maiores na camada superficial do solo sob as CRE aos 31 meses, em razão dos maiores teores de argila desta camada, em relação àqueles constatados sob as CRE aos 54 meses. Contudo, os maiores teores de C das diversas frações da matéria orgânica, na camada superficial do solo, refletem a deposição e manutenção dos resíduos florestais na superfície do solo, principalmente após a colheita florestal.

nutrientes; tâncias húmicas; variabilidade espacial


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