RESUMO
AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE DE METAIS PESADOS APÓS VERMICOMPOSTAGEM EM PRESENÇA DE LIXO ELETRÔNICO
Os metais pesados presentes no lixo eletrônico, descartado de forma inadequada, podem se tornar biodisponíveis após a vermicompostagem, representando risco ao ambiente. Foram realizados experimentos de vermicompostagem em pequena escala na presença de placas de circuito impresso (PCI) para investigar a migração de metais pesados (Cu, Pb, Zn, Ni e Sn) para o composto obtido, assim como a mobilidade e biodisponibilidade desses metais. Os resultados evidenciaram elevados teores totais de Pb, Sn e Cu nas amostras de esterco com resíduo eletrônico (ERE) e vegetais com resíduo eletrônico (VRE). Levando-se em consideração os teores iniciais dos metais nas PCIs e as concentrações dos mesmos no composto obtido, a ordem de migração desses metais para as amostras ERE e VRE foi Sn (23,1 %)>Pb (18,4 %)>Ni (4,63 %)>Zn (0,46 %)>Cu (0,14 %) e Sn (24,3 %)>Pb (23,6 %)>Ni (11,33 %)>Zn (1,76 %)>Cu (0,60 %), respectivamente. A avaliação da mobilidade e biodisponibilidade dos metais no composto foi realizada mediante a extração sequencial em três etapas, sendo F1 a fração trocável, F2 a fração orgânica e F3 a fração residual. O fator de biodisponibilidade (FB) foi obtido pela razão entre a soma das frações F1 e F2 pela soma total das frações (F1 + F2 + F3). O maior valor do FB (0,92) foi encontrado para o Pb, metal pesado considerado de maior preocupação ambiental neste estudo, o que indica alta mobilidade desse metal, podendo tornar-se biodisponível.
resíduo eletrônico; contaminação por metais; chumbo; extração sequencial