Solos da Planície Costeira Externa do Rio Grande do Sul podem conter altos níveis de salinidade, devido à utilização de água para irrigação com excesso de Na, à evapotranspiração e à gênese dos solos originários de sedimentos marinhos. O cultivo do arroz irrigado pode ser uma alternativa na mitigação da salinidade do solo, tanto pela absorção de íons quanto pela lixiviação ocasionada pelo estabelecimento de uma lâmina de água. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a dinâmica de cátions básicos na solução de solos com diferentes níveis de salinidade sob cultivo de arroz irrigado. O experimento foi conduzido em diferentes áreas com Planossolo Háplico, com percentagens de saturação de Na (PST) da camada de 0-20 cm de 5,6; 9,0; 21,2; e 32,7 %. Avaliaram-se o estande de plantas, a massa seca da parte aérea, a absorção de Na, K, Ca + Mg no florescimento pleno e o rendimento de grãos. Os teores de Na, K, Ca + Mg e a condutividade elétrica (CE) na solução do solo em quatro profundidades, na lâmina de água e na água de irrigação, foram mensurados semanalmente ao longo do ciclo do arroz irrigado. A absorção de Na, K e Ca + Mg pela cultura no florescimento pleno foi utilizada para estimação da retirada de íons da camada sob influência das raízes. A salinidade do solo causou redução do estande de plantas de arroz, sobretudo no solo com PST de 32,7 %, o que se refletiu em menor absorção de cátions e produtividade ínfima nesse local. Assim como observado na lâmina de água e na água de irrigação, os teores de Na, K, Ca + Mg e a CE da solução do solo nas profundidades de 5, 10 e 20 cm diminuíram com o desenvolvimento da cultura, independentemente da salinidade original do solo, demonstrando que a dinâmica de cátions na camada arável é determinada pela lixiviação e absorção radicular, em detrimento do efeito da evapoconcentração de bases na camada superficial do solo.
percentagem de saturação por sódio; potássio; cálcio; magnésio; condutividade elétrica
