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ALTERAÇÕES MORFOLÓGLCAS E MICROMORFOLÓGICAS NA ESTRUTURA DE UM LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO TÍPICO DECORRENTES DO MANEJO AGRÍCOLA

Na avaliação da qualidade do solo para uso agrícola, a estrutura é um dos seus atributos mais importantes, sendo não somente influenciada pelo clima, pela atividade biológica e pelas práticas de manejo, como também por forças de natureza mecânica e físico-químicas atuantes no solo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do manejo agrícola convencional na estrutura e microestrutura de um Latossolo Vermelho distroférrico típico de área experimental cultivada com milho. A morfologia do solo foi descrita conforme o método do perfil cultural, identificando-se as diferentes Unidades Morfologicamente Homogêneas (UMHs). Para fins de comparação, também foi descrito um perfil em área sem uso agrícola e sob revegetação natural referida por parcela Memória. Foram extraídas amostras indeformadas das principais UMHs visando a confecção de lâminas delgadas e blocos de solo destinados às análises micromorfológicas e micromorfométricas. Os resultados revelaram a ocorrência de estruturas dos tipos livre (L), fragmentada (F) e contínua (C) em ambos perfis avaliados. No perfil da parcela Memória, as estruturas fragmentadas são as dos subtipos Fptμ∆+tf e Fmt∆μ, cuja micromorfologia mostrou uma distribuição relativa enáulica-porfírica (porosa), com grande atividade biológica evidenciada pela presença de cavidades e canais. Mais abaixo, entre 0,20 e 0,35 m, o volume de solo é contínuo do subtipo C∆μ, apresentando microestrutura em blocos subangulares e matriz com distribuição relativa enáulica-porfírica, porém mais compacta e com coalescência de agregados e menor incidência de atividade biológica. O estudo micromorfométrico do solo da parcela Memória revelou predomínio de poros complexos nas unidades NAM (15,03 %), Fmt∆μ (11,72 %) e Fptμ∆+tf (7,73 %) e de poros arredondados na unidade C∆μ (8,21 %). No solo sob manejo agrícola, observaram-se estruturas fragmentadas similares às da parcela Memória entre 0,02 e 0,20 m seguidas de um volume contínua compacta (C∆μ), sem porosidade visível a olho nu e com pouquíssimas raízes. Nas UMHs sob manejo convencional, observou-se redução da porosidade de empilhamento (40 %), principalmente nas unidades contínuas (C), com surgimento de formas fissuradas e menor evidencia de atividade biológica. Concluindo, as análises morfológicas e micromorfológica dos perfis de solo estudados forneceram informações complementares acerca da qualidade estrutural do solo, em especial quanto às alterações dos tipos de poros decorrentes de estresse mecânico sofrido pelo solo.

método perfil cultural; estrutura do solo; análise de imagens; sistema convencional


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