Este texto pretende responder três questões: 1) como podemos definir exatamente o procedimento comparativo; 2) como operacionalizá-lo; 3) seria a busca de relações de causalidade o fim único da pesquisa em ciência política ou seria necessário ainda complementá-la com um procedimento interpretativo? Inicialmente, o texto apresenta o que entendemos por comparação e discute as possibilidades e os limites de sua aplicação nas ciências sociais; em seguida, aponta as vantagens teóricas da análise comparativa de poucos casos baseada em uma perspectiva histórica; por fim, defende que o procedimento comparativo não esgota o empreendimento científico nas ciências sociais, já que revelar as causas dos fenômenos sociais não implica revelar como eles são produzidos. Por essa razão, acreditamos que uma perspectiva compreensiva é complementar (e não antagônica) à análise causal comparativa.
Comparação; História; Interpretação; Causalidade; Ciência Política