Resumo
Por muito tempo, os pesquisadores da área de Sociologia se esquivaram de estudos sobre desigualdade de renda. A rejeição deste objeto foi frequentemente justificada pela busca de características mais perenes ou estruturais. Ao invés de adentrar neste tópico, os estudos eram dedicados à Análise de Classe ou ao estudo da estrutura ocupacional. Neste artigo, argumento que a renda e sua distribuição devem ser encaradas como um objeto privilegiado e aponto que a fluidez e a volatilidade de renda são também características estruturais e com incidência diferencial entre grupos sociais. Inicio o texto com uma reflexão sobre o significado da renda no escopo mais amplo das desigualdades sociais. Faço, então, um escrutínio da agenda da Análise de Classes e seus limites na explicação da desigualdade de renda. Discuto, em seguida, sobre razões para a sistemática ausência de sociólogos no estudo do tema e apresento evidências bibliométricas de que o interesse pelo tema não parece estar particularmente avançando recentemente. Finalizo com reflexões e justificativas para o investimento nesta agenda de pesquisa.
Palavras-chave:
renda; desigualdade; prerrogativas; Análise de Classe; Sociologia