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Comportamento racional e formação de crenças em Keynes

Este artigo procura discutir a relação entre racionalidade e crença para analisar o significado dos processos de tomada de decisão de longo prazo no pensamento de Keynes. A análise da ação racional é probabilística e remete tanto à nossa ignorância sobre o futuro como às nossas capacidades cognitivas, impondo como questão central a formação de crenças racionais (rational belief). O marcos conceituais desta reflexão remetem ao estudo da relação entre o Tratado de Probabilidade e a Teoria geral, bem como à crítica de Frank Ramsey ao Tratado e sua aceitação por Keynes. As crenças racionais, de forma consistente com a tradição do pragmatismo contemporâneo, são entendidas como "regras de ação'' e não tentativas de representaçãO da realidade. Os processos de fixação de crenças (individual e coletiva) são múltiplos e a crença apresenta-se coo uma "disposição a agir'' que só pode ser adquirida em relação à cada tipo específico de ação. É a partir da crença que podemos definir as imagens sobre o futuro e o estado de confiança que assegure as âncoras para as ações racionais submetidas a incerteza. Neste contexto, a articulação entre os conceitos de expectativas, convenções e animal spirits define o marco central para o entendimento da relação entre crenças racionais e decisões de longo prazo.

Keynes; pragmatismo; crença racional; probabilidade; convenções; expectativas


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