A cobertura vegetal exerce papel fundamental na manutenção e no equilíbrio do ciclo hidrológico, desempenhando funções no controle da produção de água que garantem a permanência de vazões. O uso de modelos matemáticos é uma alternativa para representar o sistema hidrológico e auxiliar na compreensão dos fenômenos que envolvem as variáveis do ciclo da água para antecipar impactos decorrentes de eventuais mudanças no uso da terra. Neste trabalho é utilizado o modelo hidrológico SWAT (Soil and Water Assessment Tool) para analisar a dinâmica da vazão na bacia do Rio Pará, em Minas Gerais, Brasil, com o objetivo de avaliar o impacto provocado pelas alterações de uso do solo na disponibilidade de água da bacia do Rio Pará. O ajuste do modelo foi avaliado pelo coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe (entre -0,057 a -0,059) indicando alta correlação e coeficiente de massa residual (0,757 a 0,793) e, portanto, um ajuste satisfatório. Estima-se que houve incremento de cerca de 10% na vazão da bacia em função das alterações no uso do solo, contemplando basicamente a supressão da vegetação original de Cerrado e de Floresta Estacional Semidecidual para implantação de pastagem em 38% do território da bacia.
Cerrado; floresta estacional semidecidual; vazão