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Por uma escola que atenda as necessidades especiais de seus alunos

RESENHA

Por uma escola que atenda as necessidades especiais de seus alunos

Eliane Tie Mi Imamura1 1 Mestranda do programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp campus de Marília - elianeimamura@yahoo.com.br

BEYER, Hugo Otto. Inclusão e avaliação na escola: de alunos com necessidades educacionais especiais. Porto Alegre: Mediação, 2005, 128p.

A partir de projetos como o programa do governo federal de Educação para todos e do processo de inclusão de crianças com deficiência no sistema regular de ensino, surge a preocupação de revisar os papéis que a educação especial e a escola regular passam a desempenhar frente a essa realidade.

Visto que os paradigmas constituem formas sociais e culturais de representar ou entender a pessoa que apresenta limitações funcionais, o autor perpassa pelos paradigmas que fundamentaram a educação especial, uma vez que estes inferem diretamente no modo como é oferecido o atendimento pedagógico a essa população.

Assim, o livro assinala a importância histórica da educação especial, faz menção de que o ensino especial não seja extinto, mas que seu atendimento seja modificado diante da proposta inclusiva. O papel do professor especializado, nesse sentido, se dá em parceria com professor da escola regular para atender as necessidades e potencialidades peculiares, de cada aluno, dentro do ensino regular.

A proposta de educação desenvolvida no livro é que o ensino necessita ser individualizado, não no atendimento, mas na elaboração dos objetivos, da didática e do processo de avaliação. Nesse âmbito, as ações pedagógicas podem e devem ser desenvolvidas no contexto de sala de aula.

Podem ser verificados, com a apresentação da experiência inclusiva alemã, procedimentos que inferem na prática do ensino inclusivo efetivo, tais como: embasamento político-pedagógico, suporte para o professor, quantidade de alunos por sala, envolvimento de todos os sujeitos. Procedimentos estes que podem nortear o processo de educação brasileiro.

O enfoque do livro sobre a avaliação de pessoas com necessidades especiais não tem o intuito classificatório, mas inspira-se na teoria da zona de desenvolvimento real e proximal de Vygotsky, no sentido de verificar não apenas as condições atuais do desempenho escolar da criança, mas as habilidades que estão emergentes. Nesse sentido, salienta que se faz necessário contextualizar o ambiente sócio-afetivo da criança.

A avaliação, assim, serve para favorecer o processo de inclusão no sentido de oferecer dados que informem a necessidade de apoio e de todas as variáveis que inferem no processo de ensino-aprendizagem.

Por fim, o livro apóia-se na abordagem vygotskiana e na abordagem de Feuerstein e elucida novos rumos para a prática pedagógica por meio do procedimento de ensino mediado, que leva em consideração os variados aspectos do desenvolvimento e das vivências sociais dos alunos.

A leitura do livro pode propiciar uma reflexão sobre o longo caminho que ainda necessita ser percorrido, pelos alunos, familiares, professores, direção, funcionários e gestores políticos para a efetivação da proposta inclusiva, mas também lança um olhar de esperança sobre um futuro possível no qual a educação seja finalmente para todos.

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    Mestranda do programa de Pós-graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp campus de Marília -
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      27 Out 2006
    • Data do Fascículo
      Ago 2006
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