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Homenagen à professora Maria Augusta Peduti Dal’ Molin Kiss

No cenário acadêmico-científico nacional, alguns personagens foram determinantes para sedimentar áreas das Ciências do Exercício dentro da universidade pública do país. No caso da Educação Física e Medicina do Esporte, a Profa. Dra. Maria Augusta Peduti Dal’ Molin Kiss foi uma das figuras atuantes e, seguramente, uma das personagens determinantes na formação de “mãos-de-obra” e “cabeças” especializadas. O presente Editorial é uma homenagem prestada à Professora Maria Augusta, na oportunidade de sua aposentadoria funcional.

A carreira acadêmica da professora Maria Augusta teve início em 1964, quando do término da sua graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Sua trajetória prosseguiu com o seu ingresso na Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP) em 1967, como docente. Após a conclusão do Doutorado em Ciências em 1972, no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, a Professora realizou Pós-Doutorado em 1974. Numa época em que a área acadêmica e científica brasileira era ocupada e dirigida, predominantemente, por homens, a recém doutora começou a marcar sua trajetória com uma importante contribuição à área que investigava; o Desempenho Esportivo. Após Livre-Docência em 1985, a Professora e se tornou a primeira Professora Titular da EEFE-USP, em 1990.

Seus esforços iniciais foram importantes para a estruturação e concretização de um dos mais tradicionais laboratórios brasileiros de Fisiologia do Exercício, o atual Laboratório de Determinantes Energéticos do Desempenho Esportivo (LADESP-EEFE-USP). Sua visão global do fenômeno do desempenho esportivo, sem deixar de lado a profundidade e peculiaridade necessárias, foi um traço marcante nos estudos, projetos, Dissertações e Teses produzidas pelo grupo liderado por ela. Sua contribuição vai desde a investigação da influência de fatores sócio-econômicos e pedagógicos sobre o fenômeno esportivo, até o estudo da relação de variáveis morfológicas, fisiológicas ou bioquímicas sobre o desempenho físico. Por vezes, seu espírito inovador, motivado pelo entusiasmo de seus alunos, deu origem a estudos pioneiros na área da fisiologia do exercício e desempenho esportivo, assim como a estudos aplicados às ciências do treinamento. Sua capacidade de produzir conhecimento pode ser observada pelos mais de 120 trabalhos publicados em periódicos nacionais ou internacionais, assim como pelos seus 16 livros/capítulos publicados.

A atuação da Professora Maria Augusta foi marcante, não apenas na produção de conhecimento, mas também na formação de recursos humanos. Com um ciclo frutífero de orientações iniciado no ano 1981, a Professora Maria Augusta orientou 30 mestres e 13 doutores com relevante inserção regional, nacional, ou até mesmo internacional, além de seus atuais cinco alunos de doutorado e aluna de mestrado. Os Mestres e Doutores orientados pela Professora Maria Augusta exercem papéis de liderança na geografia brasileira, como líderes de grupos de pesquisa, docentes de tradicionais Universidades, ou representantes em agências de regulação científica e tecnológica brasileira.

Por fim, também vale destacar a sua postura ativa na condução de importantes cargos de chefia ou comissões. Na Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, atuou como membro do conselho editorial da Revista Brasileira de Medicina do Esporte, além de ter participado de assembléias importantes que nortearam a Medicina Esportiva em âmbito estadual e federal, como a que ocorreu em 1973. Dentro da EEFE-USP, atuou como Chefe do Departamento de Esporte, Membro do Comitê de Ética e Pesquisa, Coordenadora Técnica e Científica do Centro de Excelência Esportiva da USP, e Representante dos Professores Doutores na Congregação, entre outros. Atualmente, encerra sua carreira deixando o cargo de Vice-Diretora, ocupado desde novembro de 2010. Com uma trajetória repleta de realizações relevantes, digna de premiações como a de Pesquisadora do ano, concedido pela Reitoria da USP em 1993, prêmio Jaboti de 2000, e Membro Emérito da Academia de Medicina de São Paulo de 2002, a Professora Maria Augusta recebe, no momento da sua aposentadoria funcional, uma das mais valiosas premiações: o reconhecimento e gratidão por sua história dentro da Educação Física brasileira. Tal reconhecimento e gratidão, expressos no presente Editorial, não fica restrito apenas aos seus idealizadores, mas poderiam ser estendidos a todos os seus ex-alunos de graduação, pós-graduação, e a todos que, de alguma maneira, tiveram o privilégio de compartilhar algum momento da sua trajetória acadêmica. A nossa sincera admiração e agradecimento!

Prof. Dr. Flávio de Oliveira Pires
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Fernando Roberto de-Oliveira
Departamento de Educação Física
Universidade Federal de Lavras

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014
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