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A FACULDADE DE MEDICINA INFLUENCIA A OPINÃO DOS ESTUDANTES SOBRE O ABORTO?

Resumo

Um estudo realizado entre 453 estudantes dos dez primeiros semestres da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, RS, mostraram que 7,2% destes eram totalmente contrários a práticas abortivas, 17,8% eram totalmente favoráveis e 75% as admitiam sob circunstâncias especiais. As variáveis que estiveram associadas com opiniões mais liberais a respeito de abortamento foram: maior idade dos entrevistados, estudo em semestres mais avançados da Faculdade, experiência sexual e práticas contraceptivas, experiência pessoal com situações de abortamento, e ausência de credo religioso. Embora todas estas variáveis pareçam contribuir para a opinião sobre aborto, é possível que a frequência à Faculdade de Medicina possa ter uma influência independente, uma vez que seu efeito ficou ainda mais forte quando as possíveis variáveis de confusão, já citadas, foram controladas através de regressão logística.

Palavras-Chave:
Opinião sobre aborto; Educação médica

Summary

A survey conducted among 453 medical students enrolled in the first ten semesters at the Faculty of Medicine of the Universidade Federal de Pelotas, RS, Brazil, showed that 7.2% were completely against abortion, 17,8% positioned themselves as totally favorable, and the remaining 75% admitted abortive practices under special circumstances. Variable associated with a more liberal opinion about abortion were: increased age, longer attendance to the Faculty of Medicine, sexual experience and contraceptive practices, personal experience with abortion situations, and agnosticism. lt is possible that the effect of the Faculty of Medicine on the liberalization of opinion about abortion may be independent from the other variables, as this effect became even stronger after adjusting for possible confounding variables, through logistic regression analysis.

Key-Words:
Abortion; Medical education

Introdução

Aborto, legalmente, significa a interrupção da gravidez antes da vigésima semana de gestação, isto é, antes que o feto seja viável. São escassas as informações. Sobre o abortamento entre os povos primitivos. Nas primeiras civilizações que se tem notícia, equilibram-se, ao arbítrio das religiões, ideias filosóficas e tendências do estado, a permissão ou o castigo ao abortamento. Na Grécia Clássica e na Roma Antiga, o aborto não era considerado crime no início da gravidez, pois o feto era tido como parte integrante do corpo materno (portio vicerum matris). Esta prática foi aos poucos sendo considerada imoral, até que a partir do século I, passa a sofrer marcada influência do credo católico44. REZENDE, J. Obstetrícia. 6. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991..

No decorrer deste século o aborto tornou-se mais comum na Europa e nos EUA, e os perigos do procedimento também foram objeto de maior atenção. Para proteger as mulheres contra lesões e desestimular a prática do aborto, muitas nações ocidentais começaram a adotar leis restritivas. Os critérios dessas nações influenciaram a situação legal do aborto, hoje, em muitas antigas colônias europeias. O aborto é ilegal em quase toda a América Latina e Oriente Médio, regiões onde é também grande a influência da Igreja Católica e do Islamismo. Na Europa Ocidental, o aborto é quase sempre legal, como resulta do de conjunções sociais, econômicas e políticas.

No Brasil a interrupção da gravidez é ilegal, salvo nas situações em que a gestação representa risco de vida materno, ou seja, resultado de estupro ou incesto. As estimativas de aborto ilegal no país apontam cifras de quinhentos mil a quatro milhões por ano, representando a quarta causa de mortalidade materna11. MEIRA, A. R. FERRAZ, F. R C. Liberalização do aborto: opinião de estudantes de medicina e de direito. Rev. Saúde Pública, São Paulo. v.23, Suplemento, p.465- 72,1989.) provavelmente porque grande parte das intervenções são realizadas em ambientes contaminados e com métodos inadequados.

Por sua importância, devido à grande frequência e riscos de saúde que envolve, a questão do aborto provocado transcende o terreno médico e epidemiológico33. PINOTTI, J. A. Aborto induzido: um problema médico social. Revista Ginecologia e Obstetrícia. v. 3, Suplemento 2. p.72-7, 1992.. Ela está intimamente relacionada à sexual idade, questão que em si já é complexa, e à valores morais e religiosos. Assim, o médico formado em defesa da vida, terá que conciliar suas próprias convicções às necessidades de suas pacientes, que venham a optar pelo aborto. É importante, por isso, conhecer melhor a opinião dos profissionais da área da saúde, principalmente durante a sua formação profissional.

Tendo em vista a relevância do tema, decidimos avaliar estes aspectos em uma população de estudantes de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e os resultados são apresentados neste artigo.

Metodologia

O levantamento dos dados foi realizado por meio de questionários autoaplicáveis que garantiam o anonimato do respondente, dirigido aos estudantes de Medicina da UFPEL do primeiro ao décimo semestre. Os alunos do décimo primeiro e décimo segundo semestres não foram incluídos no estudo devido ao fato de boa parte deles está realizando estágios fora da cidade de Pelotas. Os questionários foram distribuídos a todos os presentes em sala de aula, após breve orientação dos aplicadores, durante o segundo semestre de 1993.

Os dados foram digitados através do programa EPI INFO e analisados com o pacote estatístico SPSS/PC+22. NORUSIS, M. SPSS/PC+. Chicago: SPSS Inc., 1986. Testes de significação estatística foram realizados sempre que julgados necessários. Para comparações entre proporções, foi utilizado teste do qui-quadrado. Os efeitos de possíveis variáveis de confusão, na relação entre tempo de frequência à Faculdade de Medicina e opinião sobre aborto, foram controlados através de regressão logística.

Resultados

Foram obtidas informações em 453(91,9%) dos 493 alunos matriculados do primeiro ao décimo semestre da Faculdade de Medicina. Quarenta alunos não participaram do estudo, e estas perdas estiveram divididas de maneira homogênea entre os semestres. No que se refere ao gênero, os homens representaram 55,6% da amostra.

Vinte e nove por cento dos estudantes eram procedentes de Pelotas, 52% de outras cidades do estado e 20% de outro estado ou país. A idade média dos estudantes foi 22 anos.

Noventa e cinco por cento dos alunos consideraram o problema do aborto como uma importante questão de saúde pública nó país. As razões citadas para substanciar esta opinião foram: a elevada taxa de morbi-mortalidade (citada por 46,1% dos alunos); as más condições em que esta prática é realizada (35,8%); e a ilegalidade, que leva ao aborto clandestino (25,4%). A maioria dos entrevistados (89,8%) julgou que a legislação brasileira, ao colocar-se contra a prática do aborto, não vem impedindo que ele aconteça.

Inquiridos sobre a prática do aborto, uma pequena proporção dos estudantes (7,2%) manifestou-se totalmente contrária à sua realização, enquanto que 17,8% foram totalmente favoráveis. A maioria (75%)-admitiu a utilização do aborto em circunstâncias especiais.

Entre aqueles que admitiram a realização de um aborto apenas em algumas situações, os motivos citados com maior frequência para sua aceitação foram: gravidez resultante de estupro (93%), malformação congênita (75,5%) e problema mental da mulher (51,5%). Por outro lado, dificuldade financeira, gravidez indesejada, gravidez na adolescência e em idade avançada, não foram consideradas, pela maioria dos entrevistados, como justificativas para um abortamento.

A proporção de estudantes totalmente a favor aumentou com a idade - 13,7% entre 16-20 anos, 16,5% entre 21-23 anos, e 24,8% em alunos acima de 24 anos (p<0.001).

Quanto à religião, três quartos disseram-se Católicos, 8,6% espíritas, 11,3% de outras religiões e 6,9% agnósticos. Os alunos espíritas foram os que mais se manifestaram contrários ao aborto (20%). Os agnósticos foram os que mais se manifestaram favoravelmente (35,7%). Entre os católicos, 6% foram totalmente contrários e 16% totalmente a favor. Em todos os grupos religiosos, a maioria admitiu a ocorrência de abordagem em situações especiais.

Foi investigado se a educação de segundo grau em colégio religioso influenciava a opinião a respeito de aborto. Ao contrário do esperado, os alunos egressos de colégios religiosos manifestaram-se com menos frequência totalmente contra a prática do aborto do que aqueles provenientes de escolas leigas (3,8% e 12,2% respectivamente; p=0.002).

Com relação à experiência pessoal com o problema, 63,3% dos alunos declararam que conheciam alguém que havia feito um aborto, e 2% relataram já ter vivenciado pessoalmente esta situação, quer em si próprias, no caso de alunas, ou com suas namoradas ou companheiras, no caso de alunos. As razões citadas para aborto foram: gravidez indesejada, dificuldade financeira e gravidez na adolescência. Vê-se assim que, embora estas três razões não tenham sido consideradas teoricamente relevantes para a realização de um aborto, as mesmas foram as mais citadas em situações práticas vividas, como causas do abortamento.

Entre os estudantes que haviam vivenciado pessoalmente a situação de aborto nenhum foi contrário à prática, em comparação com 5,4% dos que conheciam alguma pessoa que já havia realizado um aborto e 11,3% dos que não conheciam pessoas que já haviam abortado. Estas diferenças estiveram perto do nível de significação estatística (p=0.08).

Foram constatadas associações significativas entre a experiência sexual e práticas anticonceptivas e a opinião sobre abortamento (Fig. 1). Assim, entre os estudantes

FIGURA 1
Opinião dos alunos da Fac.de Medicina da UFPel, 1993 sobre aborto e uso de contraceptivos

Que se manifestaram frontalmente contrários, cerca de 23% não haviam tido nenhuma relação sexual no mês anterior à entrevista, 29% não haviam utilizado anticoncepcionais apesar de serem sexualmente ativos, e somente 48% haviam feito uso de anticonceptivos. Entre os que admitiam a prática do abortamento, somente 5% não haviam tido relações sexuais no mês anterior e 15,6% não haviam utilizado anticonceptivos. Quase 80% dos alunos deste grupo havia utilizado práticas anticonceptivas recentemente.

A frequência à Faculdade de Medicina esteve positivamente associada com uma opinião favorável ao Aborto. Assim, como pode ser visto na Tabela I, a proporção de estudantes favoráveis foi de 10,1 % entre aqueles que frequentavam os primeiros quatro semestres do curso, aumentando para 17,4%entre o quinto e o sétimo semestre, e para 28,9% nos últimos semestres frequentados.

TABELA I
Posicionamento dos alunos, expresso em termos percentuais, a respeito de aborto, conforme o semestre frequentado na Faculdade de Medicina, UFPEL, Pelotas, 1993.

É difícil afirmar que a frequência à Faculdade de Medicina, per si, modificou o conceito dos alunos com relação ao aborto, tomando-os mais permissíveis, uma vez que outras variáveis, como idade do entrevistado, experiência pessoal com situações de abortamento e experiência sexual, estiveram todas também relacionadas com a opinião sobre aborto. Portanto, estas variáveis podem estar atuando como fatores de confusão ou mediadores na associação entre tempo na Faculdade e opinião sobre aborto.

Na tentativa de entender melhor o papel de cada variável, utilizou-se um método de análise multivariada, através de regressão logística, tendo como variável dependente a opinião sobre aborto, agora dicotomizada como opinião favorável ou não. Utilizando o valor de base unitário como o padrão para o grupo que frequentava do primeiro ao quarto semestre da Faculdade, o risco relativo (medido pelo odds ratio) de obter-se uma opinião favorável ao aborto foi 1,9 vezes maior entre os alunos do quinto ao sétimo semestre (Intervalo de Confiança de 95% 0,9-3,6) e 3,7 vezes maior entre aqueles no final do curso (oitavo ao décimo semestre) (I.C. 95% 1,9-6,8). Quando todas as possíveis variáveis de confusão já citadas foram incluídas no modelo, a possibilidade de ter uma opinião favorável ao aborto conforme o tempo de frequência à Faculdade tornou se ainda maior: risco relativo de 2,5 (I.C.95% 1,1-5,6) no grupo intermediário e 4,7 (I.C. 95% 1,99- 11,2) no grupo no final do curso.

A opinião conforme o gênero e o estado civil dos estudantes não apresentou diferenças significativas. Entretanto, cabe notar que os homens afirmaram com maior frequência que mudaram sua opinião a respeito de abortamento por influência da Faculdade do que as mulheres - 22,6% e 13,8%, respectivamente.

Discussão

De um total de 493 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, foram entrevistados 453 (91,8%) alunos do primeiro ao décimo semestre. A proporção daqueles que não responderam ao questionário foi de 8,1% do total de alunos matriculados, de forma que a população estudada foi bastante representativa da Faculdade de Medicina.

No contexto geral, há um predomínio dos homens - 55,6% em relação a 44,4% de mulheres, que acentua-se nos últimos semestres. Entretanto há uma tendência recente, significativa, a ingressarem mais mulheres na Faculdade, o que se traduz por uma maior proporção destas nos primeiros semestres do curso.

Nossos resultados mostram que 7,2% dos estudantes manifestaram-se totalmente contrários à interrupção voluntária da gravidez. Esta informação está de acordo com a encontrada por Meira e Ferraz em São Paulo, em 198911. MEIRA, A. R. FERRAZ, F. R C. Liberalização do aborto: opinião de estudantes de medicina e de direito. Rev. Saúde Pública, São Paulo. v.23, Suplemento, p.465- 72,1989. quando esta opinião foi verificada em 7,1% dos estudantes do quarto ano de Medicina e Direito. Informações sobre o posicionamento de outros grupos universitários a respeito do assunto são escassas.

Tendo em vista que 75% dos estudantes eram católicos, e que nesta religião o aborto não é permissível, nem sequer para salvar a vida da mãe, esperava-se maior influência dessas ideias sobre os alunos. Encontrou-se, entretanto, a situação oposta, com estudantes católicos sendo mais liberais com relação a este tema. Esse posicionamento contraditório volta a aparecer quando observamos que alunos educados em colégios religiosos são, com menor frequência, totalmente contrários ao abortamento que os provindos de outras escolas. Portanto, se a formação religiosa do estudante influencia seu posicionamento frente à questão do aborto, o faz no sentido de tomá-lo mais liberal. Por outro lado, um estudo realizado com alunos de Medicina de último ano na Espanha (Valência e Alicante), mostrou, como na presente pesquisa, que aqueles que não tinham convicções religiosas manifestavam-se mais favoráveis a práticas de interrupção voluntária da gravidez55. RUIZ, M. T., PASCUAL, E., COLOMER, J. et al. Opinión de los estudiantes de medicina sobre la prescripción, el consejo y la práctica de interrupciones voluntarias del embarazo. Med. Clin. Barcelona. v. 96, Suplemento 8, p. 281-4, 1991..

Houve uma tendência significativa dos estudantes com vida sexual ativa, estando portanto mais sujeitos a uma gravidez indesejada, a posicionarem-se totalmente favoráveis ao abortamento. Inversamente, os alunos que não haviam tido relações sexuais no último mês declaram se mais contrários ao aborto. Merece atenção o fato de que as pessoas totalmente contrárias ao abortamento se protegem menos através de métodos anticonceptivos e estão, portanto, mais sujeitos a uma gravidez indesejada. Esta atitude pode refletir uma negação dos estudantes quanto à aspectos de sua própria sexualidade.

Este trabalho tinha um interesse especial em investigar se a frequência à Faculdade de Medicina tomava as pessoas mais permissíveis às práticas de aborto. De fato, foi encontrada uma associação muito forte entre o tempo de frequência à Faculdade e uma opinião favorável ao aborto. Entretanto, outras variáveis, como a idade do entrevistado, sua experiência pessoal com situações de abortamento e sua experiência sexual, também estiveram fortemente associadas com a opinião emitida. Evidentemente, todas estas variáveis estão também bastante associadas entre si, e fazem parte da evolução para a vida adulta. Através de um método de análise estatística - regressão logística - foi tentado ajustar o possível efeito de confusão das outras variáveis sobre a associação entre o tempo de frequência à Faculdade de Medicina e opinião favorável sobre aborto. Após este ajuste, o efeito do tempo de frequência à Faculdade pareceu ainda mais importante, o que sugere que esta pode ter uma influência independente das outras sobre os alunos, no que se refere ao seu posicionamento sobre aborto.

É interessante, também, que somente 20% dos Estudantes afirmaram ter mudado de opinião a respeito de abortamento devido à influência da Faculdade. Esta proporção é igual à encontrada em um estudo semelhante realizado na Universidade de Columbia, nos EUA66. STENNET, R. A. & BONGIOVI, M.E. Future physicians' attitudes on women's reproductive rights: a survey of medical students in a American university. J. Am. Wom Assoc. v. 46, Suplemento 6, p.178-81, 1991.. Portanto, os alunos não identificam a Faculdade como um agente de modificação de seu ponto de vista, embora nossos dados sugiram que isto realmente ocorre.

Os achados deste estudo não têm a pretensão de trazerem informações definitivas sobre este assunto tão relevante. Faz-se necessário outras investigações nesta área, e seria útil que fossem avaliados conhecimentos e práticas com relação ao abortamento entre alunos universitários de outros cursos, além da Faculdade de Medicina.

Agradecimentos

Os Autores agradecem à Dra Sandra Bertoldi, do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Pelotas, pelas valiosas sugestões oferecidas.

Referências bibliográficas

  • 1
    MEIRA, A. R. FERRAZ, F. R C. Liberalização do aborto: opinião de estudantes de medicina e de direito. Rev. Saúde Pública, São Paulo. v.23, Suplemento, p.465- 72,1989.
  • 2
    NORUSIS, M. SPSS/PC+. Chicago: SPSS Inc., 1986
  • 3
    PINOTTI, J. A. Aborto induzido: um problema médico social. Revista Ginecologia e Obstetrícia. v. 3, Suplemento 2. p.72-7, 1992.
  • 4
    REZENDE, J. Obstetrícia. 6. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1991.
  • 5
    RUIZ, M. T., PASCUAL, E., COLOMER, J. et al. Opinión de los estudiantes de medicina sobre la prescripción, el consejo y la práctica de interrupciones voluntarias del embarazo. Med. Clin. Barcelona. v. 96, Suplemento 8, p. 281-4, 1991.
  • 6
    STENNET, R. A. & BONGIOVI, M.E. Future physicians' attitudes on women's reproductive rights: a survey of medical students in a American university. J. Am. Wom Assoc. v. 46, Suplemento 6, p.178-81, 1991.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Fev 2021
  • Data do Fascículo
    May-Dec 1996
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