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Percepção dos Profissionais de Saúde em relação à Integração do Ensino de Estudantes de Medicina nas Unidades de Saúde da Família

RESUMO

Introdução

O curso de Medicina do Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV), implantado em 2012 em acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina (DCN) de 2001, insere os discentes nos cenários da atenção primária à saúde (APS) desde o primeiro período do curso até o final do internato, rompendo com o modelo tradicional de formação, centrado no hospital e segmentado em especialidades. Nesse contexto, a integração ensino-serviço-comunidade exerce um papel importante na transformação dos cursos de graduação em saúde, visando também à modificação do modelo assistencial vigente.

Objetivos

Compreender a percepção dos profissionais das Unidades de Saúde da Família (USF) quanto à inserção dos estudantes de Medicina nesses serviços e interpretar os reflexos desta integração para o serviço, a comunidade e a formação médica.

Métodos

Pesquisa qualitativa, realizada com profissionais de saúde de três USF de Votuporanga (SP), frequentadas pelos discentes da UNIFEV. Eles foram convidados a participar de grupos focais em que expressaram suas opiniões de acordo com perguntas disparadoras de discussão. O material gravado foi transcrito, organizado e submetido à análise de conteúdo de Bardin.

Resultados e discussão

Emergiram opiniões que permitem identificar o que segue: a integração ensino-serviço-comunidade contribui com a formação médica; a presença do aluno promove a integração e o autoaprendizado da equipe e promove o processo de trabalho; a integração do aluno tem impacto na comunidade. Entre as contribuições do aluno, os participantes destacaram as práticas reflexivas assistenciais e acadêmicas, as ações de educação em saúde e as atividades complementares que apoiam a equipe na resolução de problemas locais. Os participantes identificaram algumas situações de dificuldade, tais como: os estudantes dos períodos iniciais do curso necessitam adquirir domínios afetivos para uma adequada postura profissional na USF; o constrangimento de pacientes na consulta médica com a presença dos estudantes; e o curto tempo de permanência dos discentes para a necessária construção de vínculo.

Conclusão

Para os profissionais das USF, a inserção dos estudantes nestes cenários contribui para o desenvolvimento do serviço, a formação médica e o apoio à comunidade. Devido às relações solidárias existentes entre a instituição de ensino e a gestão do SUS, esta pesquisa pode contribuir para promover as adaptações necessárias e preparar a comunidade e os profissionais para a presença dos estudantes na APS.

Educação em saúde; Ensino; Integração à comunidade; Integração docente assistencial; Atenção primária à saúde

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