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Práticas integrativas e complementares em saúde: interesse da comunidade acadêmica e os desafios do ensino médico

Resumo:

Introdução:

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) abrangem recursos terapêuticos de sistemas médicos complexos de diversas racionalidades médicas. Esse campo de práticas vem ganhando maior visibilidade nos últimos tempos com o aumento da procura por cuidados em saúde que priorizem a abordagem integral do ser humano, estimulando os próprios profissionais de saúde a buscar uma melhor formação.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo avaliar o interesse, o grau de conhecimento e a atitude de discentes e docentes do curso de Medicina pelas PICS e os desafios para seu ensino efetivo.

Método:

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com 214 indivíduos, sendo 21 docentes e 193 discentes do primeiro ao décimo segundo período do curso de Medicina de uma instituição de ensino de saúde de Recife, em Pernambuco. Utilizou-se um questionário em formato on-line que avaliou os sujeitos pesquisados quanto às fontes de aprendizado e ao nível de interesse sobre o tema. Adotou-se também a versão em português do instrumento Integrative Medicine Attitude Questionnaire (IMAQ). Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva (frequência e porcentagem), com o auxílio dos softwares R versão 3.4.3. e LibreOffice.

Resultado:

Dentre os participantes do estudo, 57,14% dos docentes e 35,42% dos discentes afirmaram conhecer a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), e 85,71% dos docentes e 91,7% dos discentes consideraram as PICS fundamentais para o SUS. A maioria considerou o ensino das PICS importante para a graduação (90,48% dos docentes e 89,58% dos discentes). As práticas mais conhecidas foram a ioga, a fitoterapia e a MTC/acupuntura, e as que despertaram maior interesse para aprendizado foram a ioga e a MTC/acupuntura.

Conclusão:

Um número elevado de discentes e docentes nunca teve contato com as PICS. No entanto, a maioria tem disposição em recomendar para pacientes e familiares, bem como vontade em aprender sobre o tema. Dessa forma, recomenda-se que mais trabalhos sejam realizados sobre a temática e que isso possa corroborar a sua inclusão na base curricular dos cursos de saúde.

Palavras-chave:
Terapias Complementares; Educação Médica; Estudantes de Medicina; Docentes de Medicina; Sistema Único de Saúde

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