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Crianças e adolescentes com deficiência: desafios na formação médica

Resumo:

Introdução:

Amparar os direitos constitucionais das pessoas com deficiência inclui atender aos novos direcionamentos curriculares e exige um ensino superior que considere a diversidade em diversos contextos. Assim, os currículos de graduação de profissionais de saúde devem atender às necessidades multifacetadas das pessoas com deficiência de modo que transcendam o modelo biomédico e perpassem pela promoção da cultura inclusiva. As atitudes e os valores sobre a deficiência frequentemente influenciam o comportamento das pessoas, tornando imperativa a introdução desta temática.

Objetivo:

Este estudo teve como objetivo descrever a abordagem nos currículos e as concepções de professores sobre crianças e adolescentes com deficiência em cursos de Medicina.

Método:

Trata-se de um estudo exploratório, transversal e de abordagem qualitativa que incluiu a análise documental de documentos oficiais dos cursos e páginas oficiais das universidades publicados até o primeiro semestre de 2021, e entrevistas de professores participantes do curso. A análise de conteúdo foi a técnica utilizada para o material das entrevistas.

Resultado:

A análise documental apontou nos tópicos gerais um direcionamento para uma formação humanística, com respeito às diferenças. Entretanto, quando a temática é a deficiência, o enfoque foi centrado nas questões biológicas. Nas entrevistas, identificaram-se os seguintes eixos temáticos: 1. a importância do Sistema Único de Saúde como espaço de formação médica; 2. a contribuição das Diretrizes Curriculares Nacionais na orientação das atividades dos docentes e destaque a pontos relevantes; 3. desenvolvimento de atividades de ensino voltadas à criança e ao adolescente com deficiência, com base nas experiências dos docentes; 4. concepção sobre a pessoa com deficiência e formação docente; 5. formação docente para o desenvolvimento de atividades de ensino sobre a criança e o adolescente com deficiência e conhecimento sobre as políticas públicas da área.

Conclusão:

Foi identificada uma fragilidade na abordagem da temática, com inserções pontuais sobre o tema, geralmente na perspectiva da doença e a partir de oportunidades surgidas. Entre os docentes, identificaram-se a predominância do olhar biomédico, a ausência de formação para a temática e a frágil inserção desta na prática acadêmica. Entretanto, houve reconhecimento da importância do tema e seu potencial em integrar a matriz curricular de forma transversal.

Palavras-chave:
Pessoas com Deficiência; Pediatria; Crianças; Adolescentes; Ensino Superior

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