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Inovações no Desenho Curricular não Garantem Atitudes Centradas no Paciente entre os Estudantes

Introdução

Escolas médicas de todo o mundo estão engajadas em reformas curriculares com o objetivo de melhorar a centralidade do ensino no paciente e no aluno, implementando transformações curriculares a fim de contrabalançar a erosão dos valores humanísticos e profissionais, bem como a perda do idealismo de médicos recém-formados. Escolas médicas brasileiras encaram o desafio de redesenhar os currículos médicos em direção a abordagens mais centradas no paciente e no aluno, estimuladas pelas recentes diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Medicina. Entretanto, os resultados desejados não têm sido totalmente alcançados.

Objetivo

Acessar as atitudes dos estudantes de Medicina e determinar preditores das atitudes mais centradas no paciente entre os estudantes de Medicina de diferentes desenhos de currículo (tradicional, inovador e avançado).

Método

Estudantes de Medicina do primeiro ao sexto ano de 21 escolas médicas brasileiras que participaram do projeto de avaliação de tendências de mudanças no curso de graduação nas escolas médicas brasileiras proposta pela Associação Brasileira de Educação Médica, com diferentes estágios de currículo (tradicional, inovador e avançado), responderam à versão brasileira da Escala de Orientação Médico-Paciente (EOMP) e a um questionário com variáveis sociodemográficas e curriculares.

Resultados

Estudantes de Medicina brasileiros cuidam mais do que compartilham informação, poder e responsabilidade (p < 0.001; d = 0.599). Cuidam mais do contexto psicossocial do que da perspectiva do paciente (p < 0.001; d = 0.797) e compartilham mais poder e responsabilidade do que entendimento (p < 0.001, d = 0.455). Gênero feminino (B = 0.180), estudantes de escolas médicas públicas (B = 0.132), ano de treinamento médico (B = 0.021), preferência por futura prática em serviços públicos (B = 0.053) e atividades extracurriculares (B = 0.068) foram preditores de atitudes mais centradas no paciente entre os estudantes de Medicina (p < 0.05). Diferentes desenhos curriculares não foram associados com atitudes mais centradas no paciente (p > 0.05).

Conclusões

Desenhos curriculares não predizem atitudes dos estudantes de Medicina. Ser mulher e frequentar uma escola médica pública foram importantes preditores de atitudes mais centradas no paciente entre os estudantes de Medicina.

Relações Médico-Paciente; Currículo; Atitude


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