Morfologia comparada da mandíbula da fêmea em vespas sociais da subfamília Polistinae (Hymenoptera, Vespidae). A diversidade morfológica da mandíbula da fêmea é explorada e comparada entre 116 espécies de todos os gêneros de Polistinae. Inferências sobre aspectos funcionais são feitas baseadas nas diferenças de forma observadas. Medidas do comprimento e largura da mandíbula, incluindo a razão entre essas variáveis, são analisadas para um subconjunto das espécies de Polistinae, mais duas de Vespinae e duas de Eumeninae. Os seguintes padrões de interação mecânica entre elementos estruturais são ressaltados: oposição e intercruzamento dos dentes apicais ao meio da trajetória de fechamento das mandíbulas; ação dilacerante dos dentes apicais contra os dentículos mesiais da mandíbula oposta; ação dilacerante da margem anterior da mandíbula contra a margem ventral do clípeo. Nos gêneros Agelaia e Angiopolybia, estruturas mesiais excepcionalmente desenvolvidas podem ser relacionadas ao hábito necrófago. Em alguns gêneros de Epiponini, o escasso desenvolvimento dos elementos mesiais e a forte torção do plano principal da mandíbula podem ser relacionados, pelo menos parcialmente, ao uso de fibras vegetais curtas na construção dos ninhos, como postulado por Sarmiento (2004). A considerável variação morfológica encontrada na subfamília Polistinae deverá prover informações importantes para análise em estudos taxonômicos e filogenéticos nos níveis de gênero e espécie.
Adaptação; análise de forma-função; métodos filogenéticos; morfometria; sistemática
