O Contrato Social é o conceito filosófico empregado, durante séculos, para enquadrar as relações de convivência entre os seres humanos em diferentes sociedades, quando "superada" a situação pré-política do Estado de Natureza. Nos sistemas capitalistas contemporâneos, estamos reproduzindo sociedades assimétricas em relação ao poder, por meio de contratos sociais que habitualmente abrigam um estado de paz fictícia e forçada, mediante a naturalização das desigualdades e a imposição de dogmas do capital. Essa é a pax capitalis, similar à pax romana que o império impunha em seus territórios a todos os povos conquistados. Mediante essa reflexão teórica, apoiada em análises documentais dos autores da teoria contratual, pretende-se contribuir para a demonstração de caminhos que, a partir da educação, possam responder a essa forma hegemônica de conceber a sociedade como um contrato entre partes desiguais e também diferentes. As conclusões obtidas pelo trabalho demonstram que essa resposta tem que passar por uma forma de entender a educação orientada para a democracia participativa e, portanto, para a justiça social, de modo a utilizar a estruturação em rede como veículo que dá coerência interna ao sistema, além de funcionalidade prática para o século XXI.
contrato social; estado de natureza; capitalismo; paz; educação em rede; justiça