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A relação entre a utilização de serviços de atenção primária à saúde e o nível de saúde de crianças de um ano de idade no Município de Campinas, São Paulo

Com a aprovação da nova Constituição Brasileira, em 1988, o país vem implementando políticas e práticas de atenção à saúde que reforçam o papel das Unidades Básicas como porta de entrada ao Sistema de Saúde. Todavia, até o momento nenhum estudo sobre a avaliação destas políticas e práticas sobre o estado de saúde de crianças foi realizado. Assim, estudo tipo coorte foi desenvolvido com o objetivo de avaliar os efeitos da atenção pediátrica no estado de saúde de 85 crianças, menores de 1 ano de idade, residentes no Município de Campinas, Estado de São Paulo. As crianças foram classificadas em "sadias", se não apresentassem mais do que 3 doenças durante o primeiro ano de vida, ou "doentes", caso apresentassem 4 ou mais doenças durante o ano. A atenção pediátrica foi considerada "contínua", se a criança iniciasse a puericultura no primeiro mês de vida e apresentasse número e espaçamento de consultas de acordo com a recomendação da Secretaria Municipal de Saúde, ou "fragmentada", caso contrário. Quarenta por cento das crianças foram classificadas como doentes e 89,4% recebiam atenção fragmentada. Associa-ção entre atenção fragmentada e doença foi positiva (p=0,003) conforme análise bivariada. Após o ajuste das demais variáveis estudadas por regressão logística, a idade materna e a concentração de pessoas por quarto foram os melhores preditores do estado de saúde. Observa-se, ainda, relação entre baixo nível socioeconômico, acesso inadequado aos serviços de saúde e doença. Conclui-se que a transição para um modelo de saúde baseado na eqüidade e na justiça social ainda é lenta e difícil.

Epidemiologia; Assistência à saúde; Saúde infantil; Nível de saúde; Brasil


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