Objetivo:
Comparar a sensibilidade e especificidade de sistemas de classificação baseados no índice de massa corporal (IMC) e determinar os melhores pontos de corte na predição do excesso de gordura corporal em escolares.
Métodos:
2795 escolares com idade entre 7 a 10 anos foram examinados. O excesso de gordura corporal foi definido como os resíduos padronizados do somatório de três dobras cutâneas iguais ou superiores ao percentil 90. O sistema internacional baseado no IMC, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS-2007), foi avaliado com base em sua sensibilidade e especificidade para detecção do excesso de gordura corporal e comparado com uma referência do IMC nacional (Brasil-2006). A análise da razão de verossimilhança foi usada para selecionar os melhores pontos de corte em cada curva.
Resultados:
Os dois sistemas de classificação apresentaram alta sensibilidade (92,5 - 98,6%) e moderada especificidade (75,9 - 85,0%) para ambos os sexos. Os ótimos pontos de corte melhoraram a especificidade sem perda acentuada da sensibilidade. Usando os pontos de corte propostos, a probabilidade pós-teste de predizer o excesso de gordura corporal para crianças classificadas sem excesso de peso diminuiu de 10% (probabilidade pré-teste) para 1,4% em meninas e para 1,1% em meninos. Para crianças classificadas com excesso de peso, essa probabilidade aumentou para mais de 46,0%, em ambos os sexos.
Conclusão:
Os resultados mostraram que ambos os sistemas de classificação, OMS-2007 e Brasil-2006, podem ser usados como instrumentos de rastreio do excesso de gordura corporal. As limitações do uso de referências do IMC-para-idade podem ser melhoradas pelo refinamento dos pontos de corte existentes.
Índice de Massa Corporal; Adiposidade; Criança; Sensibilidade; Especificidade; Análise da razão de verossimilhança