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Redes sociais em uma investigação de migração indígena: o caso de Manaus

Este trabalho pretende discutir alguns aspectos metodológicos do mapeamento de redes sociais com migrantes indígenas, a partir de uma pesquisa etnográfica realizada junto a um grupo de migrantes índios (Alto Rio Negro) e moradores de Manaus (Amazônia). O desenho das redes sociais constituiu um instrumento de campo, permitindo identificar os indivíduos dispersos no local de destino da migração, obter dados sobre os modos de deslocamento ou de instalação dos migrantes, na área urbana. Além de, por um lado, mostrar-se importante instrumento de pesquisa, também revelou-se um conceito fundamental, do ponto de vista teórico, pois as próprias redes desenhadas constituíam forte evidência de coesão social, manutenção e reelaboração dos laços étnicos, no contexto urbano. As redes mapeadas, por exemplo, revelaram a maleabilidade das fronteiras étnicas desenhadas pelos grupos, resultado das relações sociais desenvolvidas durante o percurso migratório, o que nos obrigou a apreender o fenômeno étnico desde a perspectiva de uma genuína antropologia relacional. Hoje, as novas tecnologias informatizadas permitem melhor visualização e análise mais detalhada das redes sociais (ARS), do que foi possível realizar manualmente, na época da pesquisa (1980). Os novos recursos tornam ainda mais relevante essa ferramenta na pesquisa etnográfica. A proposta deste trabalho é discutir suas possibilidades e aplicações no estudo de fluxos migratórios indígenas.

Migração indígena; Redes sociais; Amazônia; Identidade étnica; Urbanização


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