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Uso do tempo e insegurança alimentar em domicílios chefiados por mulheres no Brasil

Resumo

No Brasil, os domicílios chefiados por mulheres sofrem desproporcionalmente com a insegurança alimentar. Entretanto, as evidências empíricas e teóricas mostram que as mulheres alocam melhor do que os homens os recursos intradomiciliares para o bem-estar. Dado este paradoxo, o presente trabalho aborda o processo de feminização da pobreza e apresenta o modelo de decisão coletiva para entender a situação de maior vulnerabilidade feminina. Especificamente, objetiva-se observar como o uso do tempo e a insegurança alimentar se correlacionam. Para isso, estima-se um modelo probit ordenado usando os dados da PNAD. Os resultados mostram que as mulheres são as que mais se dedicam para realização de jornadas duplas de trabalho, o que aumenta o risco de insegurança alimentar, confirmando a importância da alocação de tempo para o bem-estar domiciliar. Inversamente, este efeito é contrário quando as tarefas do domicílio são divididas com outros membros, especialmente o esposo. Domicílios monoparentais, ainda, encaram diversos desafios, que requerem políticas e estudos específicos.

Palavras-chave:
Uso do tempo; Insegurança alimentar; Domicílios chefiados por mulheres

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